Facebook deve rever moderação de conteúdo
Campanha pressionando marcas inglesas cuja propaganda saiu próxima a posts misóginos e preconceituosos deve alterar políticas da rede social
Campanha pressionando marcas inglesas cuja propaganda saiu próxima a posts misóginos e preconceituosos deve alterar políticas da rede social
Igor Ribeiro
29 de maio de 2013 - 11h45
Após sofrerem campanhas na Inglaterra por exibirem propagandas próximas a conteúdo violento e sexista, anunciantes forçam o Facebook a rever suas políticas de conteúdo. Pelo menos 13 marcas participam de esforços nesse sentido.
O caso ganhou volume quando consumidores começaram a se articular para boicotar empresas cuja publicidade era veiculada ao lado de conteúdo polêmico publicado por usuários com identidades falsas. O foco de protesto são posts, fóruns e comunidades que praticam preconceito de gênero e fazem apologia a estupro. Duas multinacionais têm assumido o protagonismo no caso, Unilever e Procter & Gamble, uma vez que são grandes anunciantes da plataforma no Reino Unido e possuem muitos produtos dirigidos às mulheres.
A Dove é um dos epicentros do caso. Tratada pelo marketing da Unilever como uma linha de sabonetes, desodorantes e hidratantes para a “mulher real”, consumidores alegaram que esse posicionamento é contrário a conteúdo misógino na rede social. Em comunicado oficial, a marca disse que está trabalhando “agressivamente com o Facebook para resolver a questão”.
O problema também tem atingido marcas de outros segmentos. A financeira Nationwide e a Nissan retiraram seus anúncios do Facebook britânico.
Consumidores tem usado a hashtag #fbrape para protestar sobre o assunto. A campanha, coordenada por entidades defensoras dos direitos femininos e outros ativistas, já obteve apoio de cem empresas e atingiu as marcas de 60 mil tweets e 200 mil assinaturas exigindo mudanças das marcas e das políticas de conteúdo do Facebook.
A rede social considera o assunto delicado, pois tange a liberdade de expressão. Mas na tarde de terça 28, a VP global de políticas públicas do Facebook, Marne Levine, postou uma mensagem oficial sobre a situação, anunciando que a empresa iria reavaliar e atualizar suas políticas, regulamentos e práticas no que diz respeito a discurso violento, além de melhorar o treinamento de seus moderadores e aumentar a responsabilidade de produtores de conteúdo preconceituoso contra a mulher. Convidou ainda as entidades que levantaram a bandeira para auxiliar no processo.
Conteúdo verificado
Nesta quarta-feira 29, o Facebook anunciou uma novidade. Páginas e perfis ganharão selo de verificação, assim como já existe no Twitter. Na questão de perfis, apenas um grupo seleto de pessoas com grande audiência será verificada. Nessa lista estão incluídos celebridades, jornalistas e oficiais do governo. Sobre as páginas, a verificação será feita para marcas e empresas populares.
O ícone ficará disponível ao lado do nome da marca ou pessoa, além de aparecer também na timeline, nas buscas e em outras partes da rede. Segundo comunicado do Facebook, os perfis e páginas verificadas ajudarão os internautas “a ter certeza de que eles são quem eles dizem ser”, e que não será possível pedir a rede para que uma página ou perfil seja verificada. Sobre contas falsas, o Facebook indica que o internauta relate a página para rede, que tomará as devidas providências.
Colaborou Nathalie Ursini
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