New Yorker cria programa de sigilo
Revista desenvolveu tecnologia que garante anonimato de leitores interessados em enviar denúncias
Revista desenvolveu tecnologia que garante anonimato de leitores interessados em enviar denúncias
Meio & Mensagem
20 de maio de 2013 - 9h01
A New Yorker apresentou na semana passada o serviço Strongbox, destinado a receber e enviar mensagens entre jornalistas da revista e fontes de forma segura, anônima e confidencial. A programação foi desenvolvida internamente e, apesar de trabalhar com criptografia, possui código aberto.
Para se utilizar do sistema, o leitor deve baixar um pequeno programa chamado Tor Project e instalá-lo em seu computador. Por meio dele, o usuário acessa uma rede hospedada em servidor distinto do restante da rede da New Yorker. Ele pode enviar seus arquivos, que são criptografados, e recebe em troca um código gerado randomicamente. O editor da New Yorker descarrega os arquivos em um notebook exclusivo para este fim e os transfere para outro computador, desconectado da internet. Lá, usa um outro programa para descriptografar e analisar o material.
A novidade foi anunciada na mesma semana em que a Associated Press revelou que o Departamento de Justiça americano monitorou diversas linhas telefônicas em 2012. O episódio gerou intenso debate no Congresso sobre um dispositivo de lei chamado Free Flow of Information Act, que dá proteção a fontes confidenciais de jornalistas e lhes oferece mais recursos jurídicos em caso de intimações ou quebras de sigilo.
Em post no blog Close Read, a editora senior da revista, Amy Davidson, afirma que os canais de comunicação entre leitores e fontes com o jornal sempre foram democráticos e intensamente utilizados, desde o lançamento da revista em 1925. O problema é que, apesar da discrição da New Yorker, a origem dessa conversa foi se tornando cada vez mais rastreável. “O Strongbox tem essa finalidade; do jeito que está configurado, mesmo nós não estaremos aptos a identificar de onde veio o arquivo”, escreve Amy no post. “Se alguém nos perguntar, não teremos o que dizer”.
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