Por que ficar atento à união entre Instagram e Hipstamatic
Antes, a rede de fotos jamais abrira sua API para aplicativos terceiros. O recente acordo pode representar uma revolução no modelo de negócios da empresa, que está para chegar ao Android
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Meio & Mensagem
27 de abril de 2012 - 1h00
Por Danilo Augusto de Oliveira (*)
Falar que o Instagram é uma das mais importantes redes sociais da atualidade é “chover no molhado”. Afinal, o queridinho de vários donos de iPhone já acumula 27 milhões de usuários dispostos a compartilhar suas fotos com filtros vintage e margens quadradas na rede. O crescimento é notável: o número de “fotógrafos” praticamente triplicou nos últimos seis meses, e um salto ainda maior é esperado nos próximos dias, com o iminente lançamento do aplicativo para Android. Dentro do ambiente fechado do iPhone, o Instagram permite aos usuários o compartilhamento de suas fotos em outros canais, como Twitter e Facebook, mas jamais liberou que canais externos publicassem fotos na rede.
Entretanto, esta barreira está prestes a cair. O Instagram anunciou aliança recente com o Hipstamatic, aplicativo fotográfico para iOS que também disponibiliza filtros para customização de fotos. Dessa forma, será possível postar fotos tiradas e customizadas via Hipstamatic diretamente no Instagram, algo inédito na história da rede social.
As fotos enviadas pelo app serão postadas com a tag “Taken with Hipstamatic”, que servirá como um link para o download do aplicativo, o que representa uma enorme oportunidade de negócio, uma vez que o Hipstamatic custa US$ 1,99 na App Store. O Instagram funcionará como uma excelente plataforma de propaganda com um mercado potencial enorme, e pode provocar um aumento expressivo no número de usuários do Hipstamatic, hoje na casa dos quatro milhões.
Mas o acordo também beneficia o Instagram, uma vez que estes mesmos usuários serão impactados pela rede social. Ao tirar uma foto, quem estiver usando o Hipstamatic terá a opção de compartilhar a foto pelo Instagram. Ou seja, o aplicativo também gera fluxo de usuários para a rede de fotos
Apesar das claras vantagens para ambos, a união representa algo muito maior. O Instagram jamais abriu sua API para aplicativos terceiros postarem fotos dentro da rede, e a abertura proporcionada pelo Hipstamatic pode representar uma revolução no modelo de negócios da empresa. No futuro, outros aplicativos, como o Camera+, também poderão ter acesso a isso, aumentando o raio de cobertura da rede social. E mais: a chegada da rede no Android abre um leque ainda maior de aplicativos que poderão se beneficiar da integração com o Instagram.
E por que não pensarmos em como as marcas poderão se aproveitar dessa abertura? Se a aliança trouxer resultados consistentes para a rede, o Instagram poderá, inclusive, usar a abertura de sua API de forma comercial. Marcas poderão entrar de cabeça na produção de aplicativos fotográficos a fim de gerar tráfego proveniente do Instagram através da tag “Taken with”. Se este movimento comercial acontecer, o fluxo da tag não necessariamente deverá levar o usuário ao download do aplicativo, mas, talvez, a uma página de e-commerce ou fanpage no Facebook.
A Paramount já mostrou que é viável se basear nesse tipo de aplicativo quando criou um app fotográfico semelhante ao Hipstamatic para divulgar o lançamento de Super 8, filme dirigido por J. J. Abrams e com produção de Steven Spielberg, lançado em 2011. Imagine se, na época do lançamento do aplicativo, o Instagram estivesse com sua API aberta? O aplicativo passaria de mera brincadeira para algo que efetivamente convertesse em números. A tag poderia direcionar os usuários da rede social diretamente para o trailer do filme, ou até mesmo para a compra de ingressos.
Essa revolução pode vir a consolidar ainda mais as estratégias visuais, puxadas principalmente pelo Instagram e pelo Pinterest. As duas já estão levando marcas a repensarem o processo de produção de conteúdo para algo muito mais visual e inspiracional. A abertura da API do Instagram pode levar esse conceito a outro nível, em que a marca não só produz esse conteúdo, mas leva os usuários a serem produtores de conteúdo visual, divulgando-a dentro da rede social.
Mas isso ainda faz parte de um futuro possível. No momento, cabe a nós ficarmos de olho na união de dois dos melhores aplicativos de iPhone disponíveis (ambos foram premiados como Melhor Aplicativo de iPhone do ano – Hipstamatic em 2010 e Instagram em 2011), e o impacto que a junção trará para os “fotógrafos” mobile.
* Danilo Augusto de Oliveira é planejador de social media da agência Fri.to e escreveu este artigo como colaboração para o Meio & Mensagem.
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