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NRF 2023: o futuro do varejo é hiperfísico

As grandes crenças limitantes do varejo, que pautaram expansões de negócios por décadas, agora são colocadas em xeque


12 de janeiro de 2023 - 6h00

Crédito: Divulgação NRF

Após um longo período de privação global, buscamos respirar. Queremos preencher todas as lacunas abertas ou expostas durante a pandemia explorando a dádiva da vida intensamente.

Nos últimos anos, aprendemos a valorizar o necessário e descartar o excesso. Buscamos planejar uma vida mais integrada e fluida como resposta à volatilidade que nos é imposta. Esta instabilidade passa a ser uma constante e viveremos uma década de impermanência propositiva.

Neste contexto, o varejo ressurge radicalmente reimaginado. Questionando o conformismo, as regras, o padrão e a neutralidade. As grandes crenças limitantes do varejo, que pautaram expansões de negócios por décadas, demandam novos projetos que repensam verdades tidas como absolutas.

Viveremos um grito de liberdade, que permitirá elevar o universo físico ao ápice das possibilidades da exploração sensorial. Um verdadeiro despertar de emoções que eu chamo de HYPERPHYSICAL RETAIL, ou varejo hiperfísico.

O varejo hiperfísico oferece mais do que a simples venda. Ele é movido a dopamina, provoca o impacto sensorial, traz fluidez de formatos e foca no protagonismo do ecossistema e da comunidade.

Logo no primeiro dia da NRF 2023, a futurista de varejo Kate Ancketill, fundadora da GDR Creative Intelligence, falou sobre o movimento do varejo dopamina, que projeto desde o segundo semestre de 2022 como direcionamento estratégico para o setor em 2023. Ao olharmos para o potencial do varejo acho importante termos como base 3 conceitos que pautarão grandes transformações no setor:

  1. Impacto Sensorial – Representa superlativos, provocação de sentidos e despertar de emoções no varejo físico. Foco na experiência entregue por marcas as pessoas que se relacionam com ela;
  2. People Experience – Focado na comunidade, no regionalismo e na geolocalização. Neste caso, destaco a importância de olharmos para movimentos regionais que envolvem a conversa do varejo, precisamos ser cada vez mais “locais” mesmo em negócios de escala;
  3. Transitoriedade – o foco deste conceito está na fluidez das regras e formatos do varejo. Em um mundo volátil precisamos entender que existem muitas formas de expandir uma marca no varejo indo além dos formatos tradicionais. Um novo sistema envolvendo as operações físicas precisa ser desenhado.

Vale resgatar que as lojas físicas têm hoje um papel que vai muito além do transacional, funcionando como:

Hub Social: engajando comunidades através da entrega de experiência, serviço e atendimento;

Hub Logístico: sendo coração do ecossistema multi e omnicanal;

Hub de Conteúdo e Educação: gerando conteúdo para canais, abrindo o diálogo com o consumidor e dando voz e visibilidade para ativações;

Hub Laboratorial : centro de captura de dados e aquisição de clientes partindo, visando a construção de relacionamento.

Todos esses modelos dizem sobre marcas e plataformas que têm como estratégia a centralização no consumidor e nas comunidades com as quais se relaciona a partir da oferta de experiências. É um alívio, pois depois de décadas de ostracismo no segmento varejista, a verdade que vemos ao andar em qualquer grande centro de compras hoje é que a conexão de consumidores com as marcas ainda é extremamente distante, evidenciando a falta de pertencimento presente no setor.

É importante lembrar que marcas varejistas desempenham um papel vital na sociedade como motores de criatividade, inovação e oportunidades econômicas. A partir do momento que, como marca, entendemos que estamos em processo constante de construção é mais fácil enxergar que o sucesso de longo prazo depende do investimento constante em aprendizado. Na minha opinião, é hora de marcas varejistas serem sacudidas e começarem a realmente liderar conversas importantes.

(*) O texto foi atualizado em 17/01/2023.

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