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Opinião

Acessibilidade como motor para inovação

Dia da Pessoa com Deficiência Física, observado neste 11 de outubro, pode ser momento de reflexão para o mercado sobre o capacitismo num futuro cada vez mais visual e auditivo


11 de outubro de 2022 - 6h00

Com o avanço das tecnologias digitais, a população brasileira, e em especial os mais jovens, parecem estar caminhando para um futuro cada vez mais visual e auditivo, onde a conexão com o outro inclui com mais frequência telas coloridas e fones de ouvido. Neste cenário, os sentidos têm funcionado como balizadores para que as experiências se tornem completas, mas o que acontece quando eles estão comprometidos?

O censo mais recente do IBGE revela que mesmo sendo 24% da população brasileira, pessoas portadoras de deficiências representam menos de 1% daquelas que estão integradas a atividades sociais, como o mercado de trabalho formal, amplamente permeado pelo emprego de tecnologias e pelo preconceito do capacitismo. Esse baixo percentual de integração contribui muitas vezes para fomentar o sentimento de exclusão social nos portadores de deficiência e encontra ressonância no próprio varejo nacional, onde grande parte dos produtos a preços mais baixos não levam em consideração a acessibilidade.

O que muitos ainda não sabem é que os mesmos dispositivos tecnológicos que podem gerar a exclusão, farão com que 1 a cada 4 brasileiros desenvolva algum grau de deficiência como a auditiva nos próximos 20 anos. Como o uso de aparelhos tecnológicos já está intrínseco em nosso dia a dia, não é possível darmos um passo atrás para impedir que essa realidade se concretize, mas é possível que nós, integrantes do próprio mercado empresarial nacional, comecemos a adotar medidas que façam do país um local mais inclusivo, no papel de contratantes, produtores, desenvolvedores, entre outros tantos que desempenhamos

Neste mês da inclusão – que tem caráter especial após dois anos de intensa restrição de contato social – vale para nós empresários refletirmos sobre o que tem sido feito e no que podemos avançar para facilitar a integração de portadores de deficiências à sociedade. Reduzir preços, apostar em dinâmicas que facilitem a acessibilidade e sobretudo inovar, só assim teremos a possibilidade de abraçar – no sentido mais afetuoso e inclusivo da palavra – o público.

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