Web Summit: um exercício coletivo de reflexões
A experiência dos grandes eventos somente se completa na troca de ideias
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Para que servem os grandes festivais? Não me refiro apenas aos congressos de negócios e tendências, como acabamos de vivenciar no Rio de Janeiro com o Web Summit. Eventos maiúsculos tendem a ser uma mistura de catarse e euforia. Para dizer o mínimo.
A sensação é a de que dispomos de um tempo limitadíssimo para fazer um upload de muito conteúdo sem saber ao certo o que poderá ser feito com ele. A coisa começa a clarear quando nós, humanos, damos um jeito de fazer o que somos experts: interação: Em bom português, trocar ideias mesmo.
Viver os quatros dias de Web Summit ganha sentido quando se entende que o evento é, na verdade, uma experiência coletiva. O objetivo não é só assistir ao maior número de palestras possíveis, como se fosse uma espécie de gincana. O que torna tudo ainda mais divertido e relevante é manter o ouvido para além dos palcos. Ou seja, as pessoas com quem você se conecta, o que elas viram, como absorveram e como transmitem o que aprenderam darão um novo significado para sua jornada.
Como meu ponto aqui é o compartilhamento, divido um pouco do que vi no Rio. Assim, você pode somar com a sua visão para que um grande desenho se forme.
Meu primeiro dia foi no CIS, um evento para C-Levels, com objetivo de discutir o ambiente de inovação no país. Preciso dizer qual foi o tema central de todas as conversas que aconteceram ali? A leitura que se fez da Inteligência Artificial é de que ela, sozinha, significa muito pouco para a inovação nas empresas. A compreensão é de que essa ferramenta atinge sua plenitude quando há um alinhamento entre tecnologia, cultura, liderança e cliente no centro.
Para além da IA, ouvi Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú, falando sobre a evolução consistente de um dos maiores bancos do mundo, ilustrando como o tratamento do legado de tech já é passado e como conseguiram, de modo exponencial, aumentar a habilidade de construção tecnológica. A cultura empresarial nunca se distancia de seu discurso, dado que é vista como parte fundamental para que a estratégia de negócio seja viva e consiga entregar o que promete aos seus clientes.
Kika Pipponzi, conselheira da Raia Drogasil, foi clara em trazer o cliente no centro de todas as interações na gestão das lojas e canais digitais da rede, enfatizando como o trabalho entre as operações faz com que a experiência digital aumente a fidelidade e o lifetime value dos seus clientes, algo crucial em cenários de competição extrema.
Já na grande aldeia dos palcos do Web Summit, ouvimos muitas vozes promovendo as plataformas de IA, suas aplicações, suas limitações e o quanto elas podem servir (porque devem ser usadas como meio, e não fim) para a expansão da capacidade humana.
O que mais rolou no WS de interessante sobre IA? Vamos lá:
Don’t believe the hype: embora estejamos em um evento de tech, muitas vezes a solução tech não resolve um problema real. Dessa forma, nada substitui a análise, conhecimento do cliente e gestão para entregar um serviço que resolva alguma questão.
Humans enhanced by AI has at its core humans: IA pode reduzir o tempo de desenvolvimento, processamento permitindo testes e pilotos feitos por pessoas. A junção das duas potências faz com que a resolução de tarefas repetitivas, rotineiras e até analíticas sejam concluídas mais rapidamente, deixando para o humano, a execução das resoluções, definições aprendidas com o processamento dos dados.
Rules to experimentation: Como ainda não sabemos os limites e os alcances da ferramenta, muitas empresas criaram suas regras de experimentação, guias de boas condutas para o uso de IA. A autorregulação aqui faz papel de guardião de usos e práticas.
Need of the right prompt: Precisamos ensinar as nossas pessoas a fazer as perguntas corretas. Se nos apoiarmos no uso raso da ferramenta, deixaremos de desenvolver o senso crítico e isso gera uma espiral decrescente da nossa habilidade lógica e de discernimento do certo e do errado.
A reflexão que fica é da impossibilidade de atuar em alta performance apenas com a tecnologia. O que ainda faz e sempre fará a diferença são as pessoas.
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