A chegada do 5G: o que muda para as fintechs
Fintechs como Digio e SolFácil preveem melhor experiência com a quinta geração móvel, mas alertam para os consumidores que ficarão sob as redes 3G e 4G
A chegada do 5G: o que muda para as fintechs
BuscarFintechs como Digio e SolFácil preveem melhor experiência com a quinta geração móvel, mas alertam para os consumidores que ficarão sob as redes 3G e 4G
Giovana Oréfice
21 de setembro de 2022 - 6h03
Chegamos à era em que o normal é não ir a agências bancárias. O conforto e conveniência de realizar transações de qualquer lugar por meio do smartphone. Desde pagamento de contas e gerenciamento de investimentos até transações como transferências, a digitalização do setor caminhou a passos rápidos ao longo da pandemia, dando mais força às fintechs e modificando estratégias dos bancos considerados mais tradicionais.
Agora, com a chegada do 5G no Brasil, o cenário financeiro do País ganha mais potência ao proporcionar melhor experiência ao usuário, viabilizar novos produtos e serviços e alcançar mais pessoas.
A Solfácil, fundada em 2018 com a finalidade de solucionar uma dor comum do mercado em oferecer financiamento voltado para projetos de geração energia fotovoltaica nos locais de consumo, não se posiciona mais apenas como fintech. A companhia se consolida agora como empresa de tecnologia que abrange o ecossistema de energia solar conectando parceiros, integradores e clientes, e que faz, inclusive, a venda de painéis solares por meio de um marketplace B2B. Já os integradores parceiros fazem a implementação dos mesmos.
A fim de melhorar o acompanhamento dos serviços, sobretudo no pós-venda, a Solfácil desenvolveu dispositivo inteligente que funciona a partir de IoT (Internet das coisas), o Ampera. Uma das características é ser 100% conectado, o que beneficia o monitoramento online das usinas fotovoltaicas. “Essa rede e o projeto ainda não são 5G, pois o padrão não estava disponível no desenvolvimento, mas, naturalmente, está no roadmap de produtos passar a aproveitar essa conectividade”, diz o vice-presidente de vendas e marketing da Solfácil, Francisco Simon. E ressalta que, por se tratar de dispositivo inteligente de gerenciamento a longo prazo – cerca de 25 anos –, as novas funcionalidades tecnológicas permitem que o aparelho receba melhorias conforme as necessidades. Além disso, a baixa latência do 5G e imediatismo de processamento de um número cada vez maior de dados permite que os players antecipem demandas e promovam ações preventivas, explica Simon.
Abertura de portas
Também nativo digital, o banco digital Digio, controlado pelo Bradesco, vê na chegada do 5G uma revolução para o setor financeiro, uma vez que abre portas para que sejam oferecidos produtos e serviços diferenciados e atualizados. “De alguma forma, o 5G permite que locais que antes não tinham acesso 3G ou 4G tenham conectividade com mais facilidade para outras partes da população”, diz o CTO do Digio, Gaspar Lins. Contudo, o executivo ressalta que problemas de infraestrutura ainda existem, mas, afirma, é algo normal no momento de introdução de novas tecnologias. Nesta nova etapa da conectividade, aponta Lins, com mais banda, será possível desfrutar de uma camada de serviços que demanda muitos dados, principalmente no que diz respeito à experiência do cliente, como onboarding com reconhecimento facial, transferências e transações Pix mais ágeis, além de melhorias em segurança, por exemplo. As fintechs também poderão se beneficiar de outras formas de atendimento e relacionamento com a melhoria de chatbots e demais funcionalidades de conversação.
A chegada do 5G: o que muda para as edtechs
O mobile é o ponto central para a atuação de empresas deste setor. É por meio do celular que mais de 70% das transações e contato com consumidores da Solfácil são feitos. “Dificilmente o consumidor vai até um escritório para fazer orçamento. Naturalmente, boa parte de simulação de projetos, inclusive pré-aprovações instantâneas, serão muito mais rápidas e até mesmo imediatas com o 5G”, aponta Simon. “Temos que pensar na experiência mobile first. A redução de atrito e velocidade e a experiência do profissional com o consumidor, com o 5G, vai, sem dúvidas, para outro patamar”, afirma.
Com alta na demanda e maior oferta de processamento de dados, também é preciso se adequar à usabilidade das plataformas digitais, o que aumenta os desafios e as preocupações de desenvolvimento para as fintechs. Para o Digio, o consumidor deve utilizar a tecnologia como meio, e não como fim. “O cliente quer usar o app, mas não quer passar por lentidão e outras experiências negativas. Nosso desenvolvimento foca na experiência”, detalha Lins. O executivo se refere à performance que as plataformas devem desempenhar para todos os consumidores, uma vez que outras formas de conectividade não serão deixadas de lado e nem todos os indivíduos contam com dispositivos de alta memória. “A experiência tem que ser fluida. A preocupação com o desenvolvimento dos nossos serviços tem que existir para diferentes tipos de camada de conectividade e localidades no Brasil. O cliente não deve perceber nenhum tipo de interferência na operação financeira”, endossa o CTO do Digio. Neste sentido, a experiência surge como diferencial em meio ao oceano vermelho no qual o segmento de fintechs se encontra neste momento no Brasil. Entre categorias como crédito, financiamento, seguros e gestão financeira, dentre outras, o País já conta com mais de 1,2 mil negócios do tipo. A informação é do Fintech Report 2022, da Distrito.
Série
Esta reportagem faz parte da série de Meio & Mensagem sobre 5G e startups. Confira a matéria anterior sobre o impacto da tecnologia de quinta geração nas healthtechs.
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