Blog do Pyr
5 dicas para falar com a imprensa
A imprensa tem seu valor intrínseco, mas empresas que precisam dela para divulgar-se por algum motivo muitas vezes ignoram como ela funciona e pensam que é a casa da Maria Joana. Veja porque não é.
A imprensa tem seu valor intrínseco, mas empresas que precisam dela para divulgar-se por algum motivo muitas vezes ignoram como ela funciona e pensam que é a casa da Maria Joana. Veja porque não é.
Pyr Marcondes
3 de agosto de 2017 - 12h31
Este post foi inspirado num email que apareceu na minha caixa postal de um gringo que eu nunca havia ouvido falar chamado Peter Shankman e o headline era “No one cares if you painted your conference room”. Achei a chamada ótima e fui ver do que se tratava.
Shankman é um advisor de assessorias de imprensa, tem um blog onde dá dicas de como ser bem sucedido junto aos editores e aos veículos de comunicação, se o seu objetivo é ser notícia.
Uma vez mais, o título do email é ótimo e resume com humor o que parece que muita gente ainda não percebeu sobre o que pode vir a interessar aos jornalistas que atuam nas redações mundo afora. A pintura nova da sua sala de reuniões pode até ser relevante para você e a vida intra-muros da sua empresa. Mas para por aí.
Deveria parecer óbvio, mas não é. Infelizmente, tanto assessorias de imprensa como empresas em geral acreditam que podem transformar assuntos e fatos irrelevantes em destaque na mídia, simplesmente porque aquilo importa ao seu próprio umbigo.
Fato é que nosso amigo me instigou a escrever este post que, em verdade, tem o mesquinho objetivo de ajudar a que as assim chamadas fontes me ajudem a fazer meu trabalho direito e de forma consequente junto a minha audiência.
Faço desde já um statement bem claro aqui, que é meu mais absoluto respeito ao trabalho das assessorias de imprensa, que considero um elo vital na cadeia da informação em qualquer lugar do mundo. Tem boas e ruins, mas isso tem em todo lugar e em toda atividade. Fato é que sem elas, parte do que nós jornalistas apuramos talvez nem chegasse a nós, ainda mais em tempos de redações reduzidas, em que a nossa capacidade de cobertura se reduziu drasticamente.
Isto posto, vamos as minhas 5 dicas pessoais, baseadas em uma carreira medíocre, mas já com seus 50 anos de estrada. Por osmose que seja, alguma coisinha aprendi.
Termino considerando que existem redações e redações, veículos e veículos, editores e editores, jornalistas e jornalistas. Tem bom e tem ruim, como já comentei aqui. Mas para o objetivo deste meu texto, o mais relevante é entender que se, como cidadãos, nos inquietamos tanto com as chamadas fake news, com o jornalismo medíocre, com a má qualidade de apuração do que muitas vezes sai na imprensa, é sempre bom lembrar também que quando você tem alguma coisa para publicar na mídia, você passa imediatamente a ser parte igualmente responsável pela qualidade e idoneidade dessa cadeia imensa (e cada vez mais complexa) que é a geração e divulgação dos fatos nas sociedades contemporâneas.
Você também é um editor.
(*) Abaixo, se interessar, o instigante email que recebi do Peter. E lá no final, o link que leva para os vídeos que ele produz.
—-
Hey,
When you’re getting ready to pitch the media, you need to be clear on this:
What’s the actual story you’re pitching?
And ask yourself honestly: Will it be worth it to anyone outside the walls of your office?
Remember to make it interesting – Keep it in line with what the reporter covers – Make sure you’re giving them something of value.
And yes, sometimes that requires pushing back at management who believes that every single thing they do is newsworthy.
Breaking news: It’s not.
Be smarter.
Talk soon,
– Peter
P.S. I did a FB Live today about how to tell if a story is worth pitching with five tips straight from a reporter. You can check out the replay here.
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