A suposição não é minha, é da The Drum, a excelente plataforma de publishing para o trade de marketing digital inglesa. Segundo seus editores, a empresa de consultoria colocou seu pessoal de desenvolvimento de produtos para criar uma solução de software que consegue inserir produtos e marcas em vídeos de entretenimento, com o objetivo de fugir dos ad blockers.

Eu já vi essa solução há um ano atrás, de uma companhia que não me lembro o nome – sorry folks – mas que fazia exatamente isso. Não sei se a Accenture comprou a tal empresa ou uma concorrente, ou se ainda desenvolveu por conta própria o tal  software (acho menos provável, embora não impossível), mas o fato é que essa nova solução permite que produtos e rótulos de marcas, além de logotipos e outras referências gráficas visuais de companhias sejam inseridas diretamente em vídeos já finalizados.

É o merchandising na era da inteligência artificial, anabolizando o mundo ad tech.

Nas palavras da reportagem da The Drum, a Accenture estaria conversando para introduzir a novidade em conteúdos produzidos originalmente por Netflix e Amazon.

Reproduzo a íntegra de trecho deles: “Accenture’s R&D division has spent the last year developing breakthrough product placement technology that can seamlessly insert a brand into online video, including the ability to replace existing labeling.The management consultancy, which has ambitions of further embedding itself into the media industry following several high-profile acquisitions in recent months, claims its latest offering could be a billion-dollar revenue generator within just five years, provided it can land deals with original content creators like Netflix and Amazon.With talks with regulators already underway and patents currently pending, Accenture is now pitching its latest programmatic video tool as a solution to the “inevitable” negative impact of adblocking and positioning it to advertisers as a much-needed evolution of the well-established practice of product placement, promising developments in audience evaluation.After the product was debuted at the Cannes Lions Festival of Creativity, The Drum caught up with Alex Naressi, managing director at Accenture Interactive, to gauge how the latest offering will mean commercial tie-ups between content creators and brands are no longer interruptive.”

A publicação segue comentando que não seria essa a primeira vez que se tenta isso (falei), mas que do jeito que a Accenture está fazendo, seria de fato algo para se prestar atenção.

Essas soluções na área da transformação das imagens com tecnologias de última geração nós conhecemos desde os primeiros estúdios de efeitos digitais de Hollywood, que fazem hoje maravilhas inimagináveis.

Mas elas tem tido participação coadjuvante, na verdade, no ambiente da comunicação comercial. Tem um  monte de efeitos especiais em comerciais por aí, mas a novidade é agora poder inserir produtos e marcas em conteúdos de entretenimento já existentes. Ou, se os acordos que a Accenture quer fechar se fato se concretizarem, até em conteúdos ainda em linha de produção.