Pyr Marcondes
6 de maio de 2020 - 8h00
Com a crise do vírus, essa tendência, que vinha se insinuando, acelerou. O consumidor passou a percorrer o funil de compras em busca de uma conversão mais imediata, dentro de ambientes em que já esteja e não tendo que passar antes pelo clássico caminho da propaganda propagandeando, ou ainda, visitando uma loja virtual.
Parte da propaganda vai migrar mais e mais para ser não apenas propaganda (ok, propaganda clássica continua valendo, tá?), mas para se entrelaçar com o varejo de forma intrínseca, mais tática do que estratégica.
Vai saltar dos ambientes da mídia habitual para se transformar numa prateleira de consumo imediata, um ponto de venda em si própria.
Isso já está se dando nos ambientes ativos dos apps, games e redes sociais, que é onde o consumidor, não na figura de consumidor, mas de pessoa, mais está.
Aí ele (a), se der na telha, instado por algum estímulo de consumo, por uma peça de comunicação e venda ambientada no contexto, vai lá e pow: compra. Na própria peça, já que ela não leva para uma loja, ela é a própria loja.
Essa propaganda “comprável” pode ser encontrada no Instagram, no Tik Tok, em games, no Twitter e em vários outros ambientes que não são nem um publisher, nem ecommerces.
Ali está já o produto e o meio de pagamento. Em dois cliques, dentro da própria peça, a compra se realiza.
Essa tendência coloca aos gestores de marketing e de ecommerce não mais o desafio de “como vou trazer o público para dentro da minha site ou do meu comércio virtual?”, mas “como vou conseguir que as pessoas (não no seu modo “consumidor”) se engajem e comprem no ato, ao ver um apelo comercial?”.
A complexidade da conversão e vendas se sofistica na medida em que as jornadas do consumidor se tornam mais e mais variadas e incertas. Não dá mais tempo para ser feijão com arroz e os métodos clássicos da publicidade e do varejo eletrônico deverão ser paulatinamente alterados.
Isso não é necessariamente ruim, mas que embaralha peças que pareciam inalteradas na cadeia de valor do consumo, propaganda e varejo, há isso embaralha.
Complementando a tese, leia o estudo da Andreessen Horowitz que publicamos no ProXXIma esta semana, que preconiza que o varejo vai se transformar numa atividade Video First, com a comunicação comercial se embedando em ações de vídeo.
Advercommerce na veia.