Sei que você não está lá muito interessado neste assunto porque publiquei dois posts sobre ele dias atrás e a audiência foi pífia (veja links lá em baixo).
Sei que você tem muita coisa para olhar e ler, ainda mais nos tempos que correm, mas insisto aqui que esse assunto deveria interessá-lo genuinamente, porque ele faz parte de um enoooorme movimento de merge entre tecnologia e conteúdo, com ramificações primas no mundo do varejo, que também busca abrigo no conteúdo para seguir sua lógica de diversificação e expansão.
Tech Content e Retail Content são, em verdade, um movimento só, em que o centro é o conteúdo.
Venho escrevendo há anos, e põe lá anos nisso, que todas as empresas do mundo de hoje tem como seu desejo mais íntimo, nem sempre manifesto, o de virarem publishers.
Sabe o Mag Luiza comprando Canaltech e Carrefour comprando Cyber Cook? Então, é isso.
Microsoft, e agora Oracle, disputando a banda norte-americana do Tik Tok, também.
Tik Tok não é uma propriedade de conteúdo? É sim. E de uma cepa super boa, a de User Generated Content. O conteúdo gerado pelos próprios usuários, no caso, conteúdo divertido, escalável e viral, altamente engajante.
A Oracle nunca pôs o pé nesse oceano, o do conteúdo. A Microsoft já, através de suas plataformas de games, que são conteúdos igualmente engajantes no formato de histórias aventurescas, guerras ou jogos os mais diversos, com batalhas, fases, vitórias e derrotas sem fim. Um storytelling de tirar o fôlego.
Games são conteúdo. Os videozinhos cheios de filtros do Tik Tok são conteúdo também. Assim como as notícias do Canaltech para o Magalu e as receitas do Cyber Cook. E ainda as ligações do Alibaba com um monte de empresas de conteúdos no mercado chinês.
Trump exigiu que para continuar operando nos EUA, Tik Tok tenha que vender a parte norte-americana do business em 90 dias, que já estão correndo.
Larry Elis, o bilionário dono da Oracle e praticamente o único tycoon do mundo tech a apoiar pública e abertamente a reeleição de Trump, agora entra no game pesado e para valer, colocando sua companhia como candidata a estrear no ambiente do tech content.
Disse lá no início que esse assunto é importante porque haverá em poucos anos muito pouca coisa fora do ambiente content. Tudo será drivado pelo conteúdo e pela tecnologia.
Sem contar a pervasividade do 5G, que estará em breve entre nós.
Você acha que nada disso tem muito a ver com você, mas você já está sendo engolido por esse jogo e nem sabe.
Em todo jogo, o melhor é conhecer as regras para jogar melhor.
Foi o que tentei te explicar até aqui.