Pyr Marcondes
26 de abril de 2019 - 7h03
Sem intervenção humana e por decisão tomada a partir de monitoramento automático de robôs que cuidam da produtividade da força de trabalho em um de seus armazéns, em Baltimore, a Amazon vem despedindo trabalhadores já há um ano, tendo chegado a um número total de 300, informa o Business Insider.
Convenhamos, faz enorme sentido.
Em tarefas produtivas de chão de fábrica em grandes indústrias de produção em massa, a presença de robôs como força de trabalho é hoje algo absolutamente normal. Ninguém se espanta, aliás, admira, quando visita plantas de companhias em que a alta produtividade se dá pela linha de produção automatizada e encontra lá dezenas ou até centenas de robôs realizando tarefas que antes eram de operários fabris.
Esses empregos serão mais e mais dos robôs, isso já sabemos e, aos poucos, aparentemente, nos acostumamos a isso.
Mas o controle-chefia de produção e, ainda mais, a capacidade de decisão sobre a demissão de funcionários por robôs, sem intervenção humana, pelo menos ao que consta por aí, não era algo trivial. Ainda.
Daí a surpresa, sem dúvida, diante da notícia que Business Insider divulgou ontem nos EUA revelando que, no último ano, esse armazém da Amazon em Baltimore já despediu 300 trabalhadores.
Não gosto nada disso, devo confessar, mas de novo, na lógica da abusca insana por incremento de produtividade, faz enorme sentido. E se é assim, assim será.
A não ser que a sociedade se espante com algo que parece tão trivial, mas não deveria ser não.
Repito aqui as três leis da robótica de Isaac Asimov, criadas em 1942:
- A robot may not injure a human being or, through inaction, allow a human being to come to harm
- A robot must obey orders given it by human beings except where such orders would conflict with the First Law
- A robot must protect its own existence as long as such protection does not conflict with the First or Second Law.
Asimov se preocupou com a violência física dos robôs contra nós, humanos.
No meu entender, há uma violência de robôs contra humanos sempre que se prioriza a lógica produtiva das máquinas em detrimento da humana.
Mas não sei se alguém, de fato, está preocupado com isso.
https://www.businessinsider.com/amazon-system-automatically-fires-warehouse-workers-time-off-task-2019-4
https://www.businessinsider.com/amazon-system-automatically-fires-warehouse-workers-time-off-task-2019-4