Pyr Marcondes
16 de agosto de 2019 - 7h02
A liderança da Amazon segue incontestável, assim como será sempre incontestável que foi ela a empresa que melhor soube interpretar os anseios do consumidor digital, bem como entregar online a melhor experiência de consumo no e-commerce. Amazon é uma permanente aula de UX e de lógica de negócios.
Mas outras empresas que atuam no setor de CPG – Consumer Pacage Goods, ou seja, de produtos de consumo em larga escala e baixo valor agregado, têm se adaptado nos últimos dois anos de forma acelerada às regras que a própria Amazon estabeleceu como de alto padrão no e-commerce e começam a roubar participação do líder.
Estudo Nielsen captura com clareza esse movimento e mostra a Amazon caindo de 43% de share em 2017 para 39%, sendo que os grandes agentes transformadores dessa alteração de posições tem sido a capacidade de todas as empresas do segmento em ofertarem experiências omnichannel a seus consumidores, tendo como uma das ferramentas para isso o sistema click and collect, em que o consumidor compra online e pega o produto no ponto de venda mais próximo de sua conveniência (click and collect subiu de 4% para 11% no período analisado pelo Nielsen).
O conceito de omnichannel parte da lógica, de resto óbvia por anos, de que o consumidor do mundo físico é exatamente o mesmo do mundo o line e que ambos são canais de uma mesma experiência.
Durante décadas, o varejo demorou para perceber isso e mesmo os fabricantes mantinham (muitos ainda mantém) as áreas de comércio físico apartadas das áreas de e-commerce, uma completa estupidez.
Um fenômeno paralelo, que esta análise Nielsen ainda não capta com clareza, é o da entrada nessa briga das próprias indústrias, com seu inequívoco movimento de venda direta ao consumidor, através de canais tanto físico quanto digitais. Desta vez, integrados. Esse novo movimento deverá colocar também os grandes fabricantes no mapa de share das vendas digitais em breve.
Leia aqui análise da Nielsen sobre esse fenômeno.