Pyr Marcondes
28 de fevereiro de 2018 - 6h13
Há cerca de uma ano, o empresário Howard Stringer, com larga trajetória no mundo televisivo, ex-chairman da Sony, e seu sócio Jeremy Fox, CEO da distribuidora inglesa DRG, lançaram uma ideia ousada, difícil de implementar, complicada de operar, cara, e totalmente fora da caixa: unir operadoras para que, juntas num clube fechado e com financiamento cooperado, reproduzissem o modelo Netflix de negócios e assim pudessem de alguma forma concorrer com ela no segmento que pioneiramente ocupou e lidera, o OTT.
Nascia a Atrium TV.
Aqui no MWC, Jeremy Fox nos deixou saber que tem já 45 milhões de assinantes no mundo e que estão em produção uma série no formato de drama sobre a primeira viagem do homem a lua, The Eagle has Landed, e outro sobre a historia de Quasimodo na Paris da Idade Media.
A Atrium TV esta em pré-operação a partir de acordos com Orange (França), Deutsche Telekom (Alemanha), Iflix (Asia/MENA), Sky New Zealand, Antenna (Grecia), Yes TV (Israel) e NewFilm (Russia). Outras estão aderindo ao clube.
A Atrium TV se encarrega de encontrar bons roteiros, convocar bons diretores e atores para produzi-los, depois efetivamente produzi-los para, finalmente, distribui-los na rede do clube.
Nenhuma operadora tem compromisso de obrigatoriedade. Distribui se gostar do que foi produzido.
Jeremy revelou que mais quatro projetos estão ja em andamento e que a produção da Atrium TV deve ser de duas séries por ano.
Admitiu que ainda não consegue fazer frente a Netflix, nem a sua principal concorrente, a Amazon. Mas que tem um bom argumento para convencer grandes nomes da indústria do cinema a trabalharem com eles: dividem os direitos com seus parceiros.
As produções da Atrium TV tem orçamento mínimo de 5 milhões de dólares, o que é bem pouco diante das produções da indústria e da Netflix.
Mas é um novo modelo que devemos prestar atenção nesse novo e já bastante disputado mundo OTT.