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Google e Facebook concentram a esmagadora maioria da mídia online mundial. E aí?
As duas empresas de tecnologia dominam o que chamamos de mídia. E isso não deve mudar no curto prazo.
Google e Facebook concentram a esmagadora maioria da mídia online mundial. E aí?
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BuscarAs duas empresas de tecnologia dominam o que chamamos de mídia. E isso não deve mudar no curto prazo.
Pyr Marcondes
3 de novembro de 2016 - 8h29
Mary Meeker tem um slide em seu deck de brilhantes apresentações em que mostra que cerca de 75% das verbas de marketing investidas online foram para Google e Facebook ano passado. Dados de mercado mostram que, nos US, cerca de 85% desses mesmos investimentos foram feitos nas duas empresas no primeiro trimestre deste ano.
No Brasil, essa concentração majoritária ainda não ocorreu e por conta do poder da TV no País, mais particularmente da Globo, e ainda mais particularmente ainda por conta da nossa lógica de BV, talvez isso não aconteça da mesma maneira, mas algum movimento nessa direção deverá haver por aqui também.
E o que isso significa?
Significa pelo menos quatro grandes coisas.
Primeiro, significa que foram-se os tempos em que mídia era mídia. Mídia hoje é apenas uma resultante de um avanço atropelado e atropelante da tecnologia sobre o mar de rosas que foi a comunicação comercial desde a edição do primeiro jornal – pioneira manifestação de mídia comercial na história – nos últimos dois séculos.
Não vivemos mais a era da comunicação. Vivemos a era da disrupção, em que as inovações tecnológicas é que comandam não só a lógica da produção e distribuição de comunicação, mas impõem também suas novas dinâmicas e modelos de negócios.
Como diz Martin Sorrell, este não é mais um negócio de comunicação, mas de tecnologia. Foi ele que disse.
Segundo, significa que toda a estrutura da indústria de marketing, criada para os tempos de antanho, precisa e deve mudar nos próximos anos de forma inevitável. Seja para sobreviver, seja para ir buscar rentabilidade no seio da nova ordem mundial, a ordem digital.
Nesse âmbito, atenção leitor (a), temos os anunciantes perfeitamente percebendo essa gigante alteração, sendo eles e parte de suas agências os agentes ativos responsáveis por investir seus bilhões de dólares nos dois players majoritários globais nos tempos que correm.
Foram eles que decidiram colocar a maior parte de seus recursos no Google e no Facebook, gerando as estatísticas que acabo de citar aí acima, confere? Não foi nenhuma obra do acaso ou do além.
Terceiro, significa que não há o que temos chamado de mídia digital, há Google e Facebook. Ponto. O resto é peanuts.
E quarto, isso tudo junto significa que essas duas corporações passam a ter um poder de influência sobre tudo o que é produzido de conteúdo sobre tudo, em âmbito planetário, algo que desconhecemos até então.
Não vejo nenhum sinal de que esse cenário de concentração vá diminuir no curto prazo. Há o recente movimento das empresas de telecom, finalmente começando a entender-se como players de mídia, como já tive a oportunidade de comentar aqui, mas elas se mexeram tarde e são mamutes mastodônticos de telefonia e dados, não são empresas de tecnologia.
Assim, para o bem ou para o mal, as cartas que estão na mesa são essas. Qual seu cacife? Como é que você pretende jogar?
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