Pyr Marcondes
11 de março de 2019 - 11h03
O painel prometia. Olha só o nome: “Inside Story of Building AI and Tech For Real Humans”. Ora, essa é a questão que está no centro de todas as curiosidades e preocupações de quem minimamente anda se informando sobre o avanço da Inteligência Artificial em nossas vidas e nossos negócios. Afinal, como ela é feita e como é concebida para melhor interagir conosco, a ralé, digo, seres humanos?
Bom, tivemos, sim, um pouquinho da parte do “inside building” prometido no título do painel, mas não fomos muito além de descobrir que isso é o de menos. Ou seja, a parte tecnológica que está dentro da construção da Inteligência Artificial é algo em evolução. Mais e mais gente domina a técnica, mais e mais empresas apostam fichas em novidades nessa área e, bem, cada engenheiro e cientista de computação vai indo como pode adiante no aprendizado do aprendizado, já que no Machine Learning máquinas aprendem com homens, mas o tempo todo, também, homens aprendem com o que ensinaram às máquinas. Tenso.
O óbvio aqui: não é o lado tecnológico o mais importante, é o humano. Como sempre, quando falamos em tecnologia aliás, principalmente em Inteligência Artificial e Computação Cognitiva.
Estavam presentes no painel, como moderador, Ed Doran, cientista e pesquisador, Diretor da Microsoft; Wally Brill, Head of Conversational Design Advocacy & Education do Google; Andrew Hill, Director Learning & Predictive UX da área de Research & Development da Mercedes-Benz; e Anna Pickard, Head of Brand Communication do Slack.
Gente graúda, de empresas idem, e com foco bastante qualificado no tema, sem dúvida.
Mas vai vendo ….
A Anna: “Máquinas tem que criar momentos de conexões com humanos. É isso que se espera delas. Vamos ficar criando personalidades para tudo que é coisa? Será que muitas delas não tem que ser apenas coisas e pronto?”
O Brill: “Para que máquinas tenham personalidade, elas precisam antes ter uma razão para existir. Vamos usar que personalidade? Criar personas é a saída?”.
O Ed: “Mas cada coisa vai ter uma personalidade própria ou ela deve se adaptar a personalidade dos seus usuários?”.
Hill :”Ora, vamos fazer cada pessoa escolher o que ela quer e fazer as coisas se adaptarem a cada ambiente em que estiverem”.
Anna: “Máquinas não serão humanos, tem apenas que ter um toque de humanidade”.
Ed: “Mas como saberemos se estamos seguros e podemos ter confiança nas máquinas? Temos que saber tudo que elas já sabem antes sobre nós.”
Brill: “Falamos agora muito que máquinas são nossas assistentes, mas não acho isso correto. Elas tem que ser nossas amigas e não assistentes?”.
Anna: “Eu trabalho com 23 reações diferentes de máquinas nos meus projetos. Descobri que mais do que isso é desperdício.”
Hill: “Pessoas esperam coisas diferentes das máquinas, portanto, elas tem que ter flexibilidade para se adaptar a cada situação e usuário”.
Por aí foi, sacaram?
Eles não sabem. Não sabem como criar um código, um padrão, ou se vários padrões flexíveis de adaptação de linguagem e comportamento que sirva de parâmetro para a relação das máquinas com os seres humanos. É o grande desafio que criamos para nós mesmos, de criar coisas que precisam falar com gente. O desafio do cognitivo, que nasceu sendo humano, e pronto, mas agora tem que virar também coisa de robô.
Minha opinião: Houston, we have a problem!
(*) A imagem deste post é de um robô para sexo. E aí?