24 de fevereiro de 2021 - 6h00
A Folha de S.Paulo fez 100 anos. Quer dizer, o jornal Folha de S.Paulo, aquele de papel, fundado a 100 anos pela família Frias, fez 100 anos.
Comemorar uma data assim é mandatório, num mundo hoje cada vez mais ligeiro de fugacidades. Parabéns, Folha de S.Paulo, o jornal !
Mas, constatemos, o jornal Folha de S.Paulo, faz tempo, não é mais só de papel. Opera cada vez mais como uma plataforma on/off integrando produções e soluções digitais em linha com o que há de mais avançado no mundo do publishing contemporâneo, aqui e internacionalmente. Tem muita lição de casa ainda para fazer, mas o que já vez é emblemático.
Ocorre que a Folha de S.Paulo vai muito além dessa operação de publishing. Essa operação, essa empresa e essa marca foram bem além da transformação digital de seu título diário de papel.
A família Frias, comandada nos últimos anos pelo Luiz Frias, transformou-se no mais bem sucedido caso de transmutação (não transformação, percebam a diferença) digital da nossa história.
A Folha, certa feita, ali pelos idos de 1995, lançou o UOL, um portal de internet. Desde então e até hoje, o maior e mais importante portal de internet do País. Só isso seria já digno de nota e um marco histórico.
Mas os Frias criaram também uma operação de hosting, o UOL Host, que fez história e trouxe para o grupo receitas de tecnologia, que grupo de publishing nenhum consegue trazer até hoje.
Foi adiante estruturando uma operação de edtech, quando essa expressão edtech nem existia. E seu braço de educação online gerou linhas de receita no setor de educação digital, único e poderoso.
Mas, finalmente, a família foi adiante e criou o PagSeguro, um meio de pagamento, uma fintech, que por sua vez fez um IPO de US$ 2,2 bilhões, tornando-se um dos primeiros unicórnios do Brasil.
Não estamos comemorando 100 anos da Folha de S.Paulo. Estamos comemorando 100 anos de uma história evolutiva única de um grupo de comunicação que, ao contrário da esmagadora dos demais grupos de comunicação do País, entendeu que não basta ser digital: o mundo de hoje é um mundo de plataformas, não mais de empresas. A Folha fez a sua, um marco. É isso que temos que comemorar.