Pyr Marcondes
30 de agosto de 2017 - 7h43
Como você já leu na matéria do repórter Sergio Damasceno, no Meio & Mensagem, apenas o Brasil, Chile e Estados Unidos ainda não aprovaram a fusão (se não leu, leia aqui).
A União Europeia, que costuma ser muito rigorosa em casos assim, já aprovou. Pois acredito que esses países, incluindo o Brasil, vão acabar aprovando também. Eventualmente, quem sabe, com ressalvas, mas o fato é que não tenho para mim que será o Cade a barrar um movimento que não é isolado a este caso da AT&T /Time Waner, mas a uma mega-concentração de mega-corporações, internacionalmente.
Não estamos falando na verdade nem de fusões de mega-empresas, mas de um movimento que de setorial saltou para dimensões macro-econômicas globais, fruto da integração em cadeias e plataformas das companhias, em que o conceito de mercado se expandiu para toda a Terra e em que players de médio porte desaparecerão, enquanto os grandes se unirão em uber-grupos globais (uber aqui não é o app de mobilidade, mas superlativo de super).
Dificilmente os órgãos reguladores nacionais terão como impedir um movimento dessa magnitude, que vai colocar a economia internacional em outro patamar. É um movimento de reacomodação das forças dominantes do capital mundial, em que Nações quase deixam de ter sentido geográfico (seguem tendo papel político), porque se dissolvem na reformulação estratégica de ocupação de mercados, resultado de um novo conceito planetário de empresa.
Cade? Sei não.
(Crédito da Foto: Toby Jorrin/Getty Images)