Pyr Marcondes
29 de junho de 2017 - 8h54
Não é que agora temos a produção de conteúdos incorporada ao leque de ofertas e serviços que agências e produtores em geral oferecem às marcas. Trata-se de uma mudança conceitual: esse leque agora é tão extenso e diferenciado, que um comercial de 30” não é mais apenas propaganda, é parte da sofisticada cadeia de possibilidades de comunicação, que incluem desde um banner as mais diversas formas de entretenimento e ativação, passando por dezenas e dezenas de possibilidades entre uma coisa e outra.
Sei que não é nada convencional entender nosso ambiente de marketing e comunicação dessa forma, mas como exemplo cito aqui o recém-concluído Festival de Cannes. Afaste a câmera e olhe para cada categoria do Festival e, dentro dela, cada peça, e me diga se tudo aquilo junto não é um grande e renovado universo de criação, produção e distribuição de conteúdos, publicidade sendo apenas mais um pedaço desse complexo e diversificado storytelling marketing (acabei de criar a disciplina). Mas só que agora na ampla e abrangente categoria de conteúdo também.
Bobagem? Não é não. Porque na ótica dos anunciantes será cada vez mais assim que os decisores das verbas vão cotejar seus investimentos. Para ele também – e cada vez mais para as audiências e o consumidor final – as barreiras entre publicidade dita convencional e o que chamamos comumente de conteúdo, será fluida e tenderá a inexistir, porque será tudo uma coisa só.
Então me diga, um post numa rede social é o que, publicidade ou conteúdo. Eu respondo: os dois. Não há qualquer distinção. E um testemunhal de um influencer no You Tube, publicidade ou conteúdo: os dois também. Um banner idem, um comercial na Globo idem. Tudo conteúdo. Conteúdo da marca. É dela a história. O resto é forma e canal.
Pense nisso e imagine que se não há essa distinção que antes fazíamos, a combinação dessas coisas passa a ser muito mais rica e as possibilidades criativas ficam crescentemente mais variadas e fascinantes.
Ou não?