Pyr Marcondes
18 de maio de 2018 - 9h35
A primeira aparição de Martin Sorrell após sua saída do WPP foi num encontro anual do Luma Partners, a companhia de M&A de Terence Kawaja, que se você não conhece, é aquela que primeiro criou os mapas de ecossistemas setoriais, o Luma Scape (ProXXIma e Pipeline copiamos descaradamente o modelo, com o nosso recém lançado ProXXIma Scape).
Ao falar no evento, Sorrell declarou que vai fazer sabe o que? Criar uma nova agência de propaganda.
No mínimo, a primeira coisa que podemos deduzir dessa declaração é que ele, depois de décadas, segue gostando desse negócio. O de agências.
A segunda conclusão é a de que ele está enxergando algum buraco não coberto pelas centenas e centenas de agências que ele próprio comandou e mais as milhares e milhares existentes mundo afora. Não imaginaríamos Mr. Sorrell abrindo uma operação commodity, certo?
Ele comentou no encontro que vê a Amazon como o grande player a poder desafiar o duopólio Facebook/Google devido a seu crescimento no setor da propaganda, sendo, em sua opinião, a grande ameaça, no universo visível de curto prazo, para o setor de televisão.
Ele citou ainda a ocupação geográfica e a tecnologia como os dois drivers prioritários, a seu ver, a impulsionar o setor de publicidade no futuro, no qual, reforçou, continua acreditando.
Tecnologia não poderá, evidentemente, estar fora da equação, mas essa é uma alegação por demais vaga. Que tipo de tecnologia e para que será utilizada são as grandes questões a serem respondidas por ele com seu novo negócio. Aliás, o negócio dele e de toda a indústria da publicidade mundial.
O fato de ter escolhido aparecer num evento de uma empresa consultiva de M&A também pode ser emblemático. Luma tem o mapa da mina e Sorrell vai precisar de um mapa para, eventualmente, descobrir pérolas com as quais hipoteticamente se alinhar.
Veremos. Sem dúvida, os próximos passos de Martin Sorrell trarão indicadores relevantes de para onde o maior tycoon da indústria nos últimos anos enxerga que estamos indo enquanto negócio.
Neste artigo do Wall Street Journal você pode ver mais detalhes do que o Sir quer fazer da vida.
FOTO: Getty/WSJ