Assinar
Meio e Mensagem – Marketing, Mídia e Comunicação

3 Tendências em Mobile para 2019

Buscar
Publicidade

How To

3 Tendências em Mobile para 2019

Leo Xavier: "O que ficar de olho esse ano em Mobile Marketing e Advertising"

e Léo Xavier
10 de janeiro de 2019 - 12h13

Por Léo Xavier (*)

Todo começo de ano merece uma breve lista com tecnologias e movimentos de mercado que podem ganhar tração.

1. Voz: a nova interface

“Ok, Google. Quais as novidades?”

O Brasil já é o terceiro país do mundo com maior volume de buscas por voz no Google. Nos EUA, segundo a Adobe Analytics, a penetração domiciliar de “smart speakers” chegaria a 48% ao final do ano passado.

A voz vai protagonizar uma enorme evolução e redefinição do que entendemos por interface. Até então, vivemos o paradigma da interface gráfica-visual. Daqui por diante, será necessário se ocupar também em aprender e evoluir a lógica de interação conversacional, que se desdobra em três dimensões (tendo a voz como meio ou como fim):

1. Sem tela nos smart speakers: hoje já é possível comprar no Brasil um Home Mini por 12 parcelas de R$ 19.90. Logo, é questão de (pouco) tempo para escalar a presença destes devices. Sem tela e, portanto, sem qualquer apoio visual, a interação é 100% baseada em voz. E isso muda tudo.

2. Com tela dos smart phones: certamente o principal device para interações por voz, ainda nos permite ter apoio visual no flow de conversas (as bubbles) o que facilita bastante a usabilidade nessa transição de eras de interface.

3. Com tela dos smart displays: um novo tipo de device vai ocupar nosso dia-a-dia, são telas conectadas, tipo aquele porta-retrato digital, sabe? O interessante aqui é que além do apoio visual, é possível integração com conteúdos multimídia ao longo da experiência.

Talvez você pergunte se a voz como interface será para tudo ou se é para todos. Bem, serve para quase tudo.

Serve para aqueles momentos em que você pensa em fazer ou pedir alguma coisa, como encomendar uma pizza, chamar em Uber, ser lembrado de um evento ou criar uma rotina encadeada de ativações na sua casa (acender a luz, ligar a cafeteira, etc).

Serve para tudo aquilo que pode ser “pensado em voz alta”.

Como assim?

Vamos imaginar uma coisa simples, como pedir um Uber. Você primeiro pensa baixo -“vou chamar um Uber para o escritório”- e, então, as ações são pegar o celular, desbloquear tela, abrir o App, digitar endereço, escolher o tipo de carro e confirmar a corrida. Nessa nova era, basta “pensar alto” e dizer “Ok Google, chamar Uber Black para escritório”.


2. WhatsApp para Negócios

No último trimestre de 2018, o WhatasApp lançou oficialmente sua API para Business. O que isso significa? Bem, agora empresas poderão usar a plataforma para prover serviços para seus públicos.

Pode ser uma frente de auto-atendimento, um serviço exclusivo ou a venda de um produto.

O brasileiro ama o WhatsApp, que é o maior e mais popular serviço de mensageria, e já está habituado a fazer uso do App para resolver problemas do dia a dia, como agendar uma manicure, marcar a revisão do carro ou fazer um pedido no supermercado.

Logo, além da base gigantesca, o mais importante já está lá: o comportamento e a predisposição de ter na plataforma a solução para várias dores diárias.

Portanto, espaço fértil para marcas, produtos e serviços estenderem sua presença no mundo digital ao oferecer um novo canal de relacionamento, serviço e transação.

A construção de chatbots já é possível na plataforma, adicionando automação e inteligência artificial.

Anota aí: chatbots no WhatsApp experimentarão a mesma explosão de uso e adoção que os Apps na primeira metade da década.


3. Publicidade Mobile-First (ou seria Mobile-Only?)

Se o artista tem de ir aonde o povo está, as marcas têm de ir aonde os consumidores estão, certo?

E onde estão os consumidores no mundo digital? Em redes sociais e aplicativos para tudo que é coisa: mensageria, mobilidade urbana, pedido de comida, bancos, enfim, tudo.

Segundo a ComScore, o brasileiro passa 3/4 dos seus minutos digitais em smartphones e celulares. Já a TIC Domicílios apontou que 49% dos brasileiros acessam internet exclusivamente em celulares. É assustador. Nas redes sociais não é diferente, cerca de 93% da receita do FB vem de publicidade móvel.

Portanto, é mais que urgente uma abordagem mobile-first para comunicação digital. Como assim? Ora, pensar, planejar, criar e aprovar campanhas a partir e para a audiência que está, fundamentalmente, em smartphones.

Parece simples e realmente é. Porém, é preciso um reset enorme de mentalidade. Afinal, nos primeiros 15 anos de marketing digital, habituamo-nos a ter o computador como tela protagonista. Hábitos, eventualmente, viram vícios. Criamos e aprovamos peças em monitores de 27 polegadas, enquanto o público vai consumir aquilo numa tela de 5 polegadas. Parece uma bobagem, mas não é.

E não é apenas sobre a (não) adaptação de peças, mas sim sobre repensar três fundamentais camadas:

1. Meios: diferente do mundo desktop, há maior pluralidade no universo mobile quando se pensa em planejamento de mídia. Além dos dominantes Google e Facebook, há outros grupos super importantes de agentes de audiência e dados: Operadoras, Fabricantes, Wi-Fi Networks e os Mobile Experts.

2. Formatos: se o meio é a mensagem, o formato é o novo conteúdo. Exagero? As plataformas de audiências têm sido absolutamente inovadoras em formatos. Além disso, formatos vencedores em mundo desktop, precisam de revisão em mobile. Peguemos como exemplo vídeos. Inegavelmente, formato matador. Aqui reside um tema interessante, a força que novos comportamentos exercem sobre formatos. É isso que explica a quase obrigação de se criar vídeos na vertical para dispositivos móveis. Mesmo assim, ainda são frequentes campanhas com filmes na horizontal. Básico, né? Pois é.

3. Conteúdos: se conteúdo é rei na internet, o contexto é rei em mobile. É preciso repensar conteúdo, tanto por influência dos novos formatos, como diversos meios. Associado a isso, há o que chamo de geobehaviour, a união de dados sobre navegação e localização, que podem ressignificar o conteúdo de acordo com o contexto. Um bom exemplo é o fato de que a imensa maioria dos vídeos assistidos no Facebook acontecem sem som. Logo, não basta o vídeo estar na vertical, ele tem que funcionar sem áudio também.


E Mixed Reality? E a digitalização do varejo? E a Internet das Coisas?
Bom, tem muita coisa que vai acontecer, evoluir e até mesmo explodir este ano. Porém, a armadilha de se fazer previsões reside na certeza de que vamos errar mais do acertar. Então, foca nos 3 pontos aí em cima que dá trinca na cabeça. 🙂

(*) Leo Xavier é sócio-fundador e CEO da Pontomobi.

Publicidade

Compartilhe

Veja também