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As armadilhas da promoção online. Por Ana Afonso

Não é nada raro ver campanhas promocionais perdendo grande parte do investimento em mídia ao direcionarem os usuários para websites inacessíveis, lentos ou não funcionais


14 de março de 2014 - 5h16

POR ANA AFONSO
Diretora de Tecnologia da Hive Digital Media

Quantas vezes vemos iniciativas online com grande potencial criativo, mas que geram fracos resultados por problemas relacionados à falta de audiência, baixo índice de engajamento, hackers e outras dificuldades presentes no ambiente digital?

 

Quando se pensa em promoções online, o primeiro checklist que vem à cabeça normalmente envolve itens como conceito criativo ou adequação à campanha publicitária já existente. Esses tópicos, porém, apesar de cruciais, não podem se sobrepor a outros tão ou mais determinantes para o sucesso da iniciativa, tais como segurança da informação, adequação técnica das mecânicas, arquitetura da plataforma e infraestrutura.

 

Muitas vezes esses itens são esquecidos durante o planejamento e, na busca pela diminuição do tempo ou mesmo de custos, a responsabilidade fica a cargo de times inexperientes ou sem o conhecimento necessário para execução.

 

Não é nada raro ver campanhas promocionais perdendo grande parte do investimento em mídia ao direcionarem os usuários para websites inacessíveis, lentos ou não funcionais.

 

Deve-se levar em consideração também que grande parte do acesso à internet atualmente se dá por meio dos smartphones. Isso agrava ainda mais o acesso a um ambiente que não está bem estruturado, deixando-o muitas vezes impossível de navegar. Um website com muitos elementos enfrenta problemas no download em conexões prejudicadas pela carga do 3G, por exemplo, ou até mesmo devido à baixa capacidade de processamento dos smartphones, que não conseguem lidar com tal quantidade de elementos simultaneamente.

 

Para evitar a maioria dos problemas já conhecidos e mapeados no ambiente digital, algumas etapas importantes devem ser seguidas:

– Análise da iniciativa 
Em primeiro lugar, é necessária análise por equipe técnica desde a mecânica sugerida, que pode precisar de adaptações para sua viabilidade, até o plano de mídia e perfil do usuário final, para assim ser definido o caminho a ser tomado na implantação.

– Protótipo
Se você não tem um protótipo do seu projeto, o acontecimento de atrasos no período de criação e desenvolvimento é quase certo.
Para evitar problemas de usabilidade, ou mesmo de consistência lógica das mecânicas, é fundamental desenvolver um protótipo digital, importante para todo o dimensionamento da arquitetura. Com ele pode-se dimensionar o tamanho da iniciativa e alguns KPIs técnicos. Por exemplo, o tamanho em kb da home page, ou mesmo quais áreas possuem conteúdo dinâmico e devem ter uma regra de cachê diferenciada.


– Arquitetura

Arquitetura inexistente ou mal planejada significa um site fora do ar! Um mapa da arquitetura lógica, bem como da arquitetura física da infraestrutura, é muito mais importante do que parece. Dessa forma,entendemos sua plataforma como um todo e podemos prever gargalos durante a utilização da mesma, além do estudo de possíveis upgrades para o caso da iniciativa ter mais sucesso (ou acesso) do que o planejado.

– Desenvolvimento
Nesse momento, além de todas as boas práticas, alguns pontos, se esquecidos, podem acabar com a iniciativa desde a segurança até a performance. Por exemplo: utilização de SSL, recursos de cachê de conteúdos de mídia, bem como de bancos de dados, correta utilização de bancos de dados convencionais, preparação da aplicação para funcionar de forma escalonável (gravação das sessões dos usuários, por exemplo), número de requisições a conteúdo dinâmico, velocidade da execução das queries etc.

– Testes
Esqueceu os testes? Os usuários não vão se esquecer.
Para finalizar, após todo o desenvolvimento, diversos tipos de testes são obrigatórios, tais como os já conhecidos de usabilidade, fidelidade aos layouts, funcionamento correto da mecânica etc., até os pouco mencionados testes de carga. Estes são fundamentais para entender, de forma real, quantos usuários ou interações sua plataforma e infraestruturaconsegue atender com a dimensão atual sem ter a performance prejudicada. Esse número é a chave para o sucesso de uma boa compra de mídia e um gasto consciente com infraestrutura, sem nenhum desperdício.

Levando em consideração todos esses itens, é possível evitar diversos problemas e criar uma iniciativa capaz de suportar o acesso esperado, ou melhor, o sucesso esperado. 

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