7 de março de 2017 - 14h11
Por Sérgio Pellizzer (*)
Foto: Reprodução
Mundialmente famoso por seu efeito estimulante, o café foi o propulsor para que Campinas se tornasse um dos maiores polos de tecnologia do Brasil, responsável por 15% da produção no setor, sacramentando a expressão de “Vale do Silício brasileiro”. Foi ainda no século XIX que D. Pedro II criou o Instituto Agronômico (IAC) para fazer a agricultura e a produção cafeeira prosperar. Desde então, com fortes alicerces na economia cafeeira, a vocação da cidade para o desenvolvimento tecnológico só cresceu, com as indústrias e o surgimento de empresas de tecnologia.
A Região Metropolitana de Campinas (RMC) conta com cinco parques tecnológicos, grandes universidades como a Unicamp, 15 institutos de pesquisa, excelente infraestrutura logística (cinco rodovias cruzam a cidade e o Aeroporto de Viracopos, maior em cargas do Brasil que exporta para mais de 180 países), possui uma das melhores bandas de internet do País e, não menos que isso, também conta com 50 das 500 maiores empresas do mundo.
Com a chegada das universidades e dos núcleos de pesquisas, Campinas se tornou um celeiro de profissionais qualificados, que prontamente eram acolhidos por essas empresas. A Região Metropolitana de Campinas (RMC) conta com cinco parques tecnológicos, grandes universidades como a Unicamp, 15 institutos de pesquisa, excelente infraestrutura logística (cinco rodovias cruzam a cidade e o Aeroporto de Viracopos, maior em cargas do Brasil que exporta para mais de 180 países), possui uma das melhores bandas de internet do País e, não menos que isso, também conta com 50 das 500 maiores empresas do mundo.
A cidade atraiu mais de R$ 7,5 bilhões de investimentos (entre 2013 e 2015), sendo R$ 2,3 bilhões somente para indústrias e centros de pesquisas. Recebeu em 2015 o selo de cidade mais inovadora do Brasil pelo Ministério de Ciência e Tecnologia. Mas não é somente o setor privado que tem investido esforços para tornar Campinas a Vale do Silício brasileiro. O poder público também tem direcionado atenção constante ao tema, com uma política de incentivos fiscais, que contempla, entre outras estratégias, redução de alíquotas e IPTU para empresas de tecnologia e startups.
Mas, o que a tecnologia de Campinas tem a ver com a realidade das agências?
No cenário global, segundo o próprio Advertising Age, as maiores agências de publicidade em faturamento já não são mais as marcas tradicionais do mercado de comunicação na era da TV e do papel. É cada vez mais comum ver consultorias (Deloitte, Accenture…) e empresas de tecnologia (Adobe, Oracle, IBM …) abrindo suas próprias agências ou fazendo aquisições. Esse movimento comprova que a tecnologia na comunicação é algo que só vai ficar mais intenso e quem souber atuar nessa intersecção terá destaque.
No Brasil, isso não é diferente. Se você quer conquistar espaço nesse novo mercado de comunicação, é importante ter uma atuação realmente estratégica no negócio do cliente e utilizar a tecnologia em prol da criação e da conexão da marca com seu target. Nós, líderes de agências, precisamos pensar em nosso negócio, ou melhor, precisamos agir rápido como a velocidade do computador chinês mais rápido do mundo com 93 petaflops (e eu que nunca tinha ouvido falar em petaflops – cada petaflops equivale a 1 quatrilhão de cálculos por segundo) e inserir em todo portfólio de serviços adjetivos como tech, data, realidade virtual, aumentada, IoT, entre outros.
Campinas, eleita a sexta cidade no ranking de smartcities do Brasil em 2016 (Urban Cities), se torna um polo também de jovens talentos, mas que ainda precisam ser desbastados pelas grandes cabeças que lideram nossa propaganda.
O diferencial de estar em uma cidade como Campinas, Vale do Silício brasileiro, é que você está inserido naturalmente nesse ambiente de tecnologia pura. Além, é claro, de contar com profissionais mais qualificados e preparados para enfrentar esses desafios. Smartcity gera smart people. Campinas, eleita a sexta cidade no ranking de smartcities do Brasil em 2016 (Urban Cities), se torna um polo também de jovens talentos, mas que ainda precisam ser desbastados pelas grandes cabeças que lideram nossa propaganda.
É necessário olhar pra frente e analisar de que forma estamos utilizando essa tecnologia – e esses novos talentos – no escopo de trabalho das agências. Nesta nova era, o que engorda e dá resultados (e prêmios) é poder usar a tecnologia, por exemplo, para ensinar as crianças a importância de um protetor solar, poder ver e sentir o mais novo quadro de Rembrandt, mesmo 300 anos após sua morte, poder sentar em um ônibus escolar, olhar para a janela e conhecer Marte. Ou nos acostumamos com essas novas experiências ou não teremos competitividade para enfrentar o que ainda está por vir.
Sua agência está preparada para entregar soluções como essas?
(*) Sérgio Pellizzer é sócio e CEO da agência Criah