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Como a tecnologia pode ajudar o terceiro setor?
A geração Y (18 aos 32 anos) representa 11% dos doadores americanos, sendo que 47% já realizaram doações através de sites e 62% se mostraram abertos a doar através do celular
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BuscarA geração Y (18 aos 32 anos) representa 11% dos doadores americanos, sendo que 47% já realizaram doações através de sites e 62% se mostraram abertos a doar através do celular
ProXXIma e Jonas Araújo
27 de abril de 2016 - 13h06
Vivemos cada vez mais conectados e sendo bombardeados todos os dias por soluções inovadoras, fato que força-nos a nos atualizarmos constantemente. Se olharmos para o terceiro setor, percebemos que muitas ONGs e instituições no Brasil ainda apostam em gerar essa proximidade com seus públicos de forma simples, tradicional, sem pensar que grande parte dos doadores de hoje, assim como o mundo, mudou. Essa mudança já pode ser percebida em países como a Inglaterra e Estados Unidos, por exemplo, onde ajudar ao próximo está na forma de agir da população.
Em uma pesquisa recente, realizada pela Blackbaud, empresa norte-americana especializada em soluções para o terceiro setor, é interessante notar como a tecnologia está fazendo a diferença na adesão de novas gerações de doadores e se faz cada vez mais necessária no terceiro setor. Para se ter uma ideia, lá, a geração Y (18 aos 32 anos) representa 11% dos doadores americanos, sendo que 47% deles já realizaram doações através de sites e 62% se mostraram abertos a doar através do celular. A população entre 33 e 48 anos, considerada a geração X, corresponde a 20% dos doadores norte-americanos. Desses, 40% já fizeram algum tipo de doação online e 47% deles também fariam o mesmo via dispositivos móveis. Não é incrível?
Além disso, é interessante notar o alto engajamento desses doadores em redes sociais. Algo como compartilhar informações de suas ações de caridade no Facebook também já é um hábito. Esse resultado, acreditem, não aparece da noite para o dia. Não se cria uma cultura de doação com estalar de dedos. Em países desenvolvidos, faz parte da economia e da rotina de cada um dos envolvidos. Isso é fruto de anos de investimento e busca por novas maneiras de tratar da responsabilidade social que todos nós temos.
Se compararmos à nossa realidade, estamos em evolução. O mundo está mudando e isso significa que as pessoas mudaram, o que reflete na maneira como doam, como são impactadas. Para as ONGs terem condições de acompanhar essa transformação, precisam começar da porta para dentro.
Tive contato direto com diversas instituições responsáveis por ações incríveis em todo o País, mas que pecam por não conseguirem dar visibilidade e infraestrutura suficientes para que os resultados apareçam de maneira sustentável. Nesse ponto, a tecnologia pode ser um grande aliado para, por exemplo, melhorar as práticas de captação de recursos e contato com esses novos doadores
Entendemos que desenvolver soluções próprias envolve custos muito elevados, o que dificulta esse avanço. Por isso, criamos plataformas que ajudam ONGs e instituições filantrópicas a realizarem uma gestão completa mais ágil e criativa. O terceiro setor é um dos segmentos mais carentes quando se fala em tecnologia. Mas, a evolução é necessária tanto para se adaptar ao estilo de vida dos doadores quanto para aumentar a eficiência das ONGs.
Quer um exemplo? Posso citar a Aldeias Infantis. É uma organização ativa em 133 países e que desenvolve no Brasil 24 programas distribuídos em 12 estados e no Distrito Federal. Após a implementação das nossas soluções, foi percebido um aumento de 20% na sua arrecadação. Além disso, conseguem recobrar e recuperar 40% das doações que falham em alguma parte do processo de captação.
Na prática, considerando que o custo para cuidar de uma criança por mês é de R$ 1,5 mil, esse aumento significa que mais 30 crianças em situação de risco puderam ser acolhidas e auxiliadas pela organização.
Isso nos traz uma reflexão. Devemos pensar a tecnologia como grande aliado para conquistar esse novo doador, que traz o mesmo propósito de fazer o bem, mas que pode e deve ser impactado de maneira diferente.
(*) Jonas Araújo é CEO da Trackmob
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