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Consumidores querem Inteligência Artificial e personalização nas lojas físicas

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Consumidores querem Inteligência Artificial e personalização nas lojas físicas

O que já é comum no mundo digital, traz à tona uma carência no varejo físico: a necessidade de personalização e recomendação de produtos. Com o empoderamento do consumidor, independente do seu canal de compra, ele quer se sentir único, e não apenas mais um.

e Alan Prando
8 de agosto de 2018 - 10h01

 Por Alan Prando (*)


A última edição do relatório anual Connected Shoppers, elaborado pela Salesforce, em oito países – incluindo o Brasil, para investigar os hábitos de consumo e como as pessoas usam a tecnologia como parte do processo de compra trouxe índices interessantes para o varejo. Dos entrevistados brasileiros, 75% disseram que aceitariam compartilhar suas preferências e outros dados pessoais em troca de uma personalização que oferecesse um serviço mais rápido e conveniente nas lojas físicas, enquanto que 80% afirmaram que gostam de receber recomendações de produtos com base em seu histórico de compra.

O que já é comum no mundo digital, traz à tona uma carência no varejo físico: a necessidade de personalização e recomendação de produtos. Com o empoderamento do consumidor, independente do seu canal de compra, ele quer se sentir único, e não apenas mais um. Ele não quer ser encarado como uma cifra, mas como um cliente exclusivo. Os varejistas, por sua vez, precisam satisfazer os desejos desses compradores, com experiências mais inteligentes e cada vez mais personalizadas e, assim, manter sua competitividade.

Embora os e-commerces ofereçam muitas praticidades, as lojas físicas ainda têm um papel importante no varejo. Nele, o consumidor tem a possibilidade de comprar e levar o produto na hora, além de negociar descontos; pode tocar e testar o produto. Brasileiro tem essa mania de “ver com as mãos”, é cultural. Também é possível evitar taxas de entrega, uma vez que o frete é um dos entraves do e-commerce.

A tecnologia, associada ao uso de Inteligência Artificial, pode ser uma forte aliada para dar suporte às vendas do varejo tradicional. Da mesma maneira que o e-commerce tem acesso direto aos dados de consumo dos clientes, a tendência é que as lojas físicas comecem a fazer isso também, com o uso de dispositivos já disponíveis no mercado, como o foot tracking, que permite entender e analisar o caminho que os consumidores fazem dentro de uma loja.

Outro ponto importante para considerar é que todos os canais de venda precisam estar conectados e se complementar, com a possibilidade de trocas nas unidades físicas de compras feitas no e-commerce, por exemplo, ou a implementação de conceitos como “click and collect” e “pick-up in store”, que permitem recolher na loja uma mercadoria adquirida na internet.

Em um futuro próximo, as lojas farão sugestões de produtos para seus clientes de maneira semelhante ao que é feito nos e-commerces, por meio de vitrines personalizadas e e-mail comportamental, por exemplo. Para isso, também serão utilizadas tecnologias diversas, como espelhos inteligentes, aplicativos sincronizados e cadastro universal.

Toda experiência positiva cativa e fideliza clientes, além de atrair novos consumidores, por meio do famoso “boca a boca” – que nunca sai da moda e funciona como uma eficaz ferramenta de propagação (gratuita) da marca. No mundo “real”, essa experiência tem a vantagem do “tête-à-tête”, pois todo mundo gosta de um cumprimento, de um sorriso, de receber uma atenção especial. E se a tecnologia pode melhorar essa relação, então o objetivo de proporcionar uma experiência completa será concluída com sucesso.

(*) Alan Prando é CTO e cofundador da Biggy, plataforma especializada em Big Data e Inteligência Artificial para e-commerce.

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