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2 de abril de 2020 - 8h32
Estamos publicando artigos de lideranças do mercado nesta série buscando trazer referências de como cada uma delas está enfrentando as dificuldades provocadas pelo COVID-19.
Por Wagner Gutierrez (*)
“Diante do cenário do Covid-19, uma pandemia foi instaurada, levando também o Brasil a assumir atitudes de isolamento social para reduzir, consideravelmente, a evolução da doença pelo país.
Muitos colaboradores do varejo adotaram a quarentena diante do surto. Outros decidiram pelo isolamento voluntário, por medo de ir trabalho e contrair a doença. Mas é importante citar que mais que 90% dos produtos no varejo são repostos pelos colaboradores da indústria, segmento que também está enfrentando um enorme desafio no que se refere à contratação de pessoas para realizarem o abastecimento dos PDVs.
Como fica isso na prática?
O abastecimento realmente tem sido o principal desafio do varejo neste momento do país. Diante do medo da população em ser proibida de sair de casa (como está acontecendo em outros países) e da possibilidade de faltarem alimentos básicos, todos têm recorrido ainda mais às lojas do varejo alimentício em busca desses produtos, antevendo mais dias de clausura.
Até o momento, apenas as classes A e B (cerca de 15% da população) são os que têm frequentado as lojas, mas já comprando em volume itens de higiene, limpeza e alimentos em geral, tudo que é permitido ser estocado em médio e longo prazo.
Com o quinto dia útil em vista – período que a maioria da população / classes C e D / recebe o salário, ou seja, em duas semanas – há de aumentar ainda mais o fluxo de pessoas nas redes varejistas.
Entendendo que as classes C e D são maioria da população brasileira, o setor deve sofrer um novo grande desafio.
Para passar com êxito por tal situação, deverão ampliar a mão de obra atuante na reposição de abastecimento de produtos nas gôndolas, pois a ordem é não deixar faltar, afinal, estamos falando de sobrevivência.
Além do primeiro pico de desafio do varejo (período em que estamos) e o segundo momento (próximas duas semanas), espera-se uma nova “avalanche” nos próximos 60 dias, quando “cessarão” as atuais quarentenas.
Acredita-se que o varejo alimentício é o segmento que tem mostrado vanguardismo e preocupação social neste momento do país em que essa pandemia assombra a população.
Grandes redes de varejo têm mostrado essa preocupação desde o início do anúncio da pandemia. Enquanto muitos colaboradores estão em isolamento social orientado pelas órgãos públicos, para atender a demanda da população, as grandes redes tem buscado alternativas para garantir a reposição de abastecimento praticamente full time, diferente do contexto em cenário comum, em que a reposição é feita uma vez ao dia ou, no máximo, duas, dependendo do tipo do produto e/ ou oferta.
Estratégias de field marketing (marketing de campo) têm sido alternativas para esse cenário.
No caso da nossa empresa, acreditamos ter soluções que irão contribuir para o atual cenário de desafios, porque somos uma espécie de “uber” do setor, com soluções de PDV no País todo. Operamos on demand, notadamente neste momento da crise. Sendo que essa solução da “uberização” dos promotores segue as leis trabalhistas brasileiras, favorecendo aqueles que precisam trabalhar num momento como este.”
(*) Wagner Gutierrez é CEO da Allis, empresa especializada em field marketing.