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Interações sociais, música e mobile. Por Diana Leiko
O celular foi fundamental para as ações que ocorreram na última edição do Lollapalooza
Interações sociais, música e mobile. Por Diana Leiko
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BuscarO celular foi fundamental para as ações que ocorreram na última edição do Lollapalooza
27 de abril de 2015 - 11h50
POR DIANA LEIKO, gerente de comunicação digital da Santafé Ideias
O mobile marketing veio para ficar e as plataformas móveis são a confirmação daquilo que o sociólogo canadense Marshall McLuhan prenunciou há mais de 50 anos: “o meio é a mensagem”. Segundo ele, é mais importante o veículo através do qual a mensagem é transmitida, isto é, o meio, do que o conteúdo em si da mensagem.
Durante o festival Lollapalooza, uma infinidade de ações digitais rolaram nos dois dias do evento. E o nosso querido celular foi fundamental para potencializar os resultados das ações de marketing. Isso não foi à toa, afinal, as plataformas mobile provocaram profundas mudanças nos hábitos de consumo e no comportamento dos consumidores.
Dados recentes divulgados em pesquisa realizada pelo Interactive Advertising Bureau (IAB) informam que o principal destaque do estudo de 2014 foi o crescimento no uso de dispositivos móveis em todas as esferas. Para se ter uma ideia, smartphones se tornaram o principal dispositivo eletrônico pessoal dos brasileiros em 2014, de acordo com a pesquisa Brasil Conectado – HaÌbitos de Consumo de MiÌdia.
O estudo aponta ainda que o uso crescente da internet estaÌ ligado ao aumento de importância que smartphones e tablets ganharam em várias situações do dia a dia. Por exemplo, 3/4 dos consumidores brasileiros usam seus smartphones para atividades relacionadas a interações sociais e cerca de metade utiliza para busca de músicas e notiÌcias.
Para quem está ligado no constante desafio de se comunicar em uma era de convergências como a atual, as estratégias visando o mercado mobile não podem ficar de fora. E foi nisso que as grandes empresas do festival apostaram: tivemos a Skol, cerveja oficial do Lollapalooza, que criou um espaço inspirado em antigos parques de diversão, com direito a shows e arquibancada com vista privilegiada para o Palco Skol. Criou ainda a cerveja Skol Stage, especialmente para o festival. De quebra, levou uma fábrica de vinil que permitia aos visitantes do espaço gravar os hits das bandas que já tocaram no Lollapalooza e dos artistas do selo Skol Music. Resultado? Fila para entrar. E um tanto de posts nas redes sociais, claro. Graças a quem? Ao celular.
Espaço Chevrolet Onix levou uma montanha-russa. Não no mesmo nível dos parques da Disney, mas o suficiente para formar fila de uma hora de espera, no primeiro dia do evento. A marca investiu ainda em live painting do grafiteiro Elvis Mourão e teste de chave (se o carro ligasse, a pessoa poderia assistir ao show da sua banda preferida com a cara no palco). Para as meninas, maquiagem e tatuagem de graça. No espaço – em frente ao palco Onix (batizado com o nome do carro da Chevrolet exposto no festival) – era possível ainda carregar o celular e usar a internet de graça. E mais selfies e uma infinidade de posts e comentários nas redes sociais. Graças a quem? Ao celular.
Já a Axe transformou o público em pôster do festival. Criou o Frontman Giant Poster, um espaço gigante próximo ao palco Axe, que permitia a pessoa sentar em cima de um letreiro com as principais atrações do Lollapalooza e virar um pôster da edição 2015 do evento. Fila também. Ainda investiu em embalagens gigantes da Axe, localizadas em frente ao palco de mesmo nome da marca, que permitiam fotos selfie com uma visão privilegiada do show. Mais fila. E um tanto de postagens nas redes. Quem permitiu isso? O celular.
Um parênteses aqui. Ao procurar as bandas do festival no YouTube, me deparei com vídeo da campanha da Axe no Lollapalooza. Sem opção de pular após alguns segundos.
Sempre Livre montou estúdio de make-up no Sempre Livre Lolla Lounge (espaço vip). No “backdrop mosh”, a pessoa podia fazer fotos como se estivesse se jogando no público do festival. E postar nas redes. Olha o celular aqui de novo! Outra ação digital bastante efetiva foi convidar blogueiras para filmar e comentar os shows em seus sites. O conteúdo também foi para a página da Sempre Livre no Facebook.
Ray-Ban Expression permitiu estampar sua frase favorita em uma camiseta exclusiva. Você podia também criar gif animados usand Ray-Ban pra compartilhar nas redes. Por meio de qual dispositivo? Do celular. Na área vip, promotores circularam com produtos para experimentação e para estimular que o público fizesse selfies com filtros especiais. Quem aparece aqui de novo? Nosso amigo celular.
Lá em cima, num ponto não muito privilegiado, estava a C&A com seu Fashion Truck. Ainda assim, quando cheguei perto, estava cheio. Visitantes podiam fazer um penteado e make no "estilo" festival, além de aplicar uma golden tattoo. De quebra, as roupas podiam ser customizadas. Quem conseguisse entrar no caminhão, também podia montar sua banda e criar a capa de seu primeiro disco ao participar do Lollapalook. Celular para registrar tudo aqui.
A Pepsi trouxe o Pepsi Live Sound. Uma lata gigante com iluminação em LED impossível de não ser percebida. Dentro, um palco para quem quisesse soltar a voz e experimentar a vida de rockstar. Vídeos e fotos produzidos por celulares comeram solto!
Saindo das ações que estavam acontecendo dento do autódromo de Interlagos, existe hoje o fenômeno da segunda tela. Enquanto as pessoas acompanhavam de casa a transmissão dos shows, tuitavam ou postavam comentários no Facebook. Aproximadamente 3/4 dos usuaÌrios de internet no Brasil, ainda segundo a pesquisa realizada pela IAB, usam pelo menos um dispositivo – notebook, smartphone e tablet – enquanto assistem TV.
Se antes McLuhan dizia que os meios eram extensões do homem, hoje podemos afirmar, se tratando do celular, que ele o é. Basta sair de casa sem o aparelho para termos a certeza disso. Virou extensão do nosso corpo, nossa ligação com o mundo real e físico e mudou tanto o comportamento individual e em grupo, que há quem diga que já não sabemos distinguir o que é real e virtual. Em tempos em que o acesso à internet se dá mais por dispositivos móveis do que por desktops, o Lollapalooza deu um verdadeiro show, não nos palcos, mas em suas ações digitais. E que venha 2016!
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