16 de dezembro de 2015 - 5h56
Por Paulo Crepaldi (*)
Complicado ou não, como pode parecer o título deste texto, é muito simples de se entender. Começamos com a teoria do filósofo Rudolf Steiner e, a partir daí, você entenderá todo o propósito do que vamos conversar aqui.
Em A Filosofia da Liberdade, Steiner cita dois tipos de liberdade, interior e exterior, e me parece que, nos próximos anos, muitas emissoras de televisão e, consequentemente, outros canais de contato com o público, sofrerão se não entenderem o significado da verdadeira liberdade.
Para ser sincero, isso vem me aborrecendo, tirando algumas horas do meu sono, pois não conseguia encontrar uma maneira de explicar o recente mercado do “agora” (em inglês, now), e fui me conscientizar disso tudo quando assisti a apresentação da nova marca online da HBO, o HBO Now e sua assinatura: agora, tudo o que você precisa é internet para ter HBO (Now, all you need is the internet to get HBO).
O “now” em nossas vidas, estamos nos acostumando com um mundo do gesto único, um único clique, um único toque e, aos poucos, estamos sendo apresentados para o mundo do “agora”, que nada mais é que o mundo da verdadeira liberdade na transmissão, Net Now, Netflix, YouTube e muitos outros.
Voltando a Steiner, só entendemos essa liberdade na transmissão depois que percebemos que a aparência da grade regular e o que entendemos como liberdade de escolha não era bem nossas escolhas. Claro, ainda vale a máxima de que você possui o controle remoto e pode mudar o canal, mas, será que isso é liberdade ou apenas uma saída para algo que você realmente não queria ou estava buscando naquele determinado momento?
O consumidor mudou completamente e não falo nem de gerações. Nós mudamos! Atributos se tornaram apenas um meio de garantir marcas em uma economia e mercado da montanha russa, tudo sobe e desce, hoje você é top e amanhã você é down of mind.
Além disso, acrescentamos hábitos em busca da qualidade de vida ou de novo da liberdade, dessa vez conhecida como liberdade negativa e liberdade positiva (Isaiah Berlin, 1958). O “now” nos ensinou a aumentar a liberdade positiva, para controlar e direcionar essa vontade de moldar nossa própria vida, buscar esse estado maduro de tomada de decisão, livre da fraqueza, ignorância e medo e continuar com a liberdade negativa, de interferência externa que impede você de fazer o que quiser, quando quiser fazê-lo. O “now” é de e para e não apenas uma única liberdade!
Quem é esse consumidor “now”? É o consumidor que busca mudar a experiência, a interação entre ele e a organização por meio de elementos conscientes e inconscientes, como as emoções. Se você tem algo para o “now”, pergunte-se:
Qual emoção estou evocando no meu consumidor?
Se não souber a resposta, você tem chão ainda para se tornar “now”!
Atrás do “agora”, o consumidor quer a liberdade plena, não se prenda apenas a liberdades vazias (atributos). A ideia é que a marca seja vista como desafiadora e provocante e traga um aspecto latente do consumidor, das suas opiniões, crenças e desejos.
O consumidor “now” valoriza o sentimento de quem e o que eles realmente são!
(*) Paulo Crepaldi é sócio e diretor executivo da ING marketing & training
Veja também
-
O que é e como funciona o advergaming
Até o final de 2030, os jogos para dispositivos mobile devem atingir um valor aproximado de US$ 272 bilhões, já tendo atingido US$ 98 bilhões em 2020
-
Publicidade digital chega a R$ 23,7 bi e segue em expansão
Anunciantes que investem em canais digitais cresceram 57%, mas setor ainda está em desenvolvimento, segundo especialistas
-
-
-