#PoderDoAgora: o que a Coca-Cola nos ensina todos os dias em tempo real

23 de novembro de 2015 - 4h03

Por Guilherme Ribenboim, VP Twitter Latam

A Coca-Cola tem mostrado ao mundo como utilizar com profundidade as plataformas sociais, indo muito além da publicidade na comunicação com seus consumidores.

A expansão dos investimentos em publicidade nesse universo fica evidente quando olhamos os resultados trimestrais das principais empresas do setor. O Twitter teve um crescimento da receita global com publicidade de 58% no terceiro trimestre deste ano em relação ao do mesmo período de 2014, enquanto o Facebook registrou aumento de 41% na mesma base de comparação e o Linkedin, de 28%. O total de investimento em publicidade em plataformas digitais foi de US$ 5,2 bilhões no trimestre.

Não devemos esperar que essa tendência mude. Ao contrário, o fato de o consumo de vídeo estar crescendo fortemente em plataformas sociais, combinado com a tendência de migração de investimentos digitais para vídeo, tende a manter esse crescimento vigoroso por muitos anos.

Mas a publicidade digital, apesar de estratégica para a comunicação das empresas com seus consumidores, é apenas uma pequena parcela da oportunidade de as companhias se alavancarem nas plataformas sociais — e a Coca-Cola tem provado isso.

A Coca-Cola criou, alguns anos atrás, uma área chamada de Real Time Marketing para ouvir e se comunicar com seus consumidores e não consumidores em plataformas sociais todos os dias e em tempo real. Ao executar o trabalho, o time dessa área também tem a responsabilidade de alimentar com insights todos os demais setores da empresa. E o que antes era feito por pesquisas ao longo de semanas agora pode ser feito instantaneamente.

Essa organização tem o potencial de transformar as empresas — mudar sua cultura, estratégia, seus produtos e processos, pois de fato coloca o consumidor no centro, ouvindo todos os dias, e em tempo real, o que eles têm a dizer.

Na prática, os insights gerados permitem um melhor CRM (Customer Relationship Management) e entender, com mais velocidade, como o consumidor se transforma ao longo do tempo. Como consequência, permitem à empresa, por exemplo, repensar seu produto e seu preço, entender a melhor forma de organizar sua logística, administrar de modo mais eficiente momentos de crise e investir de maneira mais acurada quando a estratégia se mostra ainda mais efetiva que no planejamento.

Também é provável a mudança do tipo de profissional contratado pelas empresas. A necessidade de responder a insights mais dinâmicos gera um ambiente de trabalho muito mais focado em análise de dados e em decisões mais velozes. Profissionais que se adaptem a esse tipo de demanda tendem a ser valorizados e reconhecidos. A mudança do perfil dos profissionais contratados também impactará na transformação cultural dessas empresas.

Acompanhar diariamente e em tempo real os consumidores também cria uma oportunidade de participação mais efetiva dos CEOs das empresas em plataformas sociais. Os CEOs serão capazes de ter uma presença mais relevante na medida em que tenham acesso aos assuntos mais importantes para seus consumidores naquele momento.

O maior engajamento dos CEOs nas plataformas trará um impacto positivo para todos os funcionários da empresa. Uma pesquisa da Go-Gulf mostrou que 81% dos empregados acreditam que CEOs com engajamento em plataformas sociais estão mais preparados para liderar.

A importância das plataformas sociais para as áreas de comunicação é evidente, mas repensar a estrutura organizacional das empresas e colocar as redes no centro de tudo que é feito ainda é uma grande oportunidade para quase todas as companhias.

Acredito que, nos próximos anos, veremos outras empresas se reorganizando para usufruir dessa oportunidade de engajamento com seus consumidores de forma mais rápida e todos os dias. Bem-vindos à era do #PoderDoAgora.