How To
Por mais inovação e menos ficção
Edmar Bulla: "Assim como Neil Gaiman disse aqui no segundo dia do evento, a ficção tem a obrigação de ser convincente, mas a realidade, não. Ela simplesmente é. Que nossa inovação no Brasil seja mais real."
Edmar Bulla: "Assim como Neil Gaiman disse aqui no segundo dia do evento, a ficção tem a obrigação de ser convincente, mas a realidade, não. Ela simplesmente é. Que nossa inovação no Brasil seja mais real."
ProXXIma
11 de março de 2019 - 12h15
O segundo dia do SXSW foi marcado por mais inovações e por… política!
O prenúncio de uma candidatura mezzo republicana, mezzo democrata do ex-presidente e chairman da Starbucks Howard Schultz (foto em destaque) foi caprichado em críticas a Donald Trump.
Quem também mandou bem foi a instalação The Donald J. Trump Presidential Twitter Library, que poderia ser usada como boa prática para uma biblioteca similar no Brasil. E na mesma toada partidária seguiram Alexandria Ocasio-Cortez (congressista) e Elizabeth Warren (senadora).
Malcolm Gladwell (autor de Outliers) aproveitou também para esclarecer de uma vez por todas que carros autônomos não existem, mas sim os self-driver cars. Afinal de contas, se os carros forem autônomos de verdade, poderão ter a prerrogativa de levar ou não você ao trabalho pela manhã.
Já Amy Webb, do Future Today Institute, mostrou algumas tendências e cenários probabilísticos, incluindo o da tecnologia ser realmente dominante ao ponto de determinar, sim, em um futuro próximo, se nosso micro-ondas permitirá comer pipocas desde que nossa biometria apresente algum impedimento biológico para isso.
A propósito, o estudo anual de Tech Trends é gratuito e pode ser baixado. Vale a leitura, mas adianto que AI não é uma tendência no estudo, porque já é uma realidade que percorre e até sustenta outras inovações.
Também bisbilhotei painéis sobre como os livros estão sobrevivendo e combatendo a era digital e como o jornalismo pretende lidar com AI e seu próprio futuro, com a presença do próprio Jeff Zucker, presidente da CNN, em sala mais vazia do que cheia. Nada excitante e nada concreto para ser bem sincero, além de algumas iniciativas isoladas e especulações.
Ao contrário dos conteúdos sobre a China e como a tecnologia tem modificado a vida dos chineses, seja em supermercados, na vida cotidiana ou no consumo de conteúdo.
A China tem investido mais que qualquer outro país em AI e isso se reflete na oferta de serviços públicos, no serviço realizado por robôs em restaurantes hot pot da rede Haidilao e, claro, no marketing. Prova disso é como a Tencent tem criado soluções para mapear comportamentos e ofertar conteúdo e mídia hiper segmentados através de sua multiplataforma WeChat de mensagens instantâneas.
É possível conversar, comprar, pagar, opinar… tudo sem sair do app, o que garante coleta e análise de informações que hoje realizamos no Brasil por meio de behavioral data em smartphones. A apresentação chinesa mostrou que investir em talento, capacidade técnica e tecnológica, patentes, dados, aporte de capital, aplicativos e suporte do governo são alicerces fundamentais para que a revolução aconteça.
Assim como Neil Gaiman disse também no segundo dia, a ficção tem a obrigação de ser convincente, mas a realidade, não. Ela simplesmente é. Que nossa inovação no Brasil seja mais real.
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