ProXXIma
9 de março de 2019 - 12h10
Por Edmar Bulla (*)
Conteúdo não é rei. Rei é quem consome conteúdo. O dia no SXSW continuou repetindo o mote de que o usuário é parte central de toda experiência. Aliás, se houvesse uma word cloud do dia, experiência mereceria um grande destaque.
Prometendo experiências extraordinárias no varejo, nas cidades, na saúde, no setor financeiro e nas plataformas de conteúdo, palestrantes se revezaram para dizer o quanto micro momentos importam.
A plataforma Quibi (aglutinação de quick bites), com ninguém menos do que Jeffrey Katzenberg por trás, que já ocupou a presidência da Disney Studios e fundou a Dreamworks com o Spielberg, promete subverter o que se conhece da produção, oferta e broadcast de conteúdo contextual e com bom storytelling, mas via mobile. Com aporte milionário, alianças com a indústria de Hollywood e o apoio do Alibaba, o entretenimento promete entregar aquilo que seres humanos querem em qualquer relação de consumo: comodidade, conveniência e economia de tempo. Micro pagamentos de micro conteúdos construindo um macro negócio.
Isto representa uma baita ressignificação para a produção de conteúdo. É a subversão do que se conhece dos roteiros: desenvolver quick bites de conteúdo com uma história consistente e sexy não é tarefa fácil para uma indústria acostumada a produzir um episódio com nada menos que 40 minutos. É uma subversão boa, que desafia o que temos construído de padrão de conteúdo. Quando comparo com shopper experience, de novo como cenário análogo, faz todo sentido: comodidade e economia de tempo são drivers de compra. Aqui também parecem ser drivers de consumo de conteúdo. É o mesmo ser humano no final da linha – e no começo, também.
(*) Edmar Bulla é CEO da Croma