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Seja leve, ágil e flexível (ou então morra)

Transformação digital não é simplesmente adotar home office; é ter processos desenhados para esse formato em sua totalidade.


27 de agosto de 2020 - 14h45

Por Raffael Mastrocola (*)

A pandemia do novo coronavírus é uma poderosa aceleradora de futuros. Ela antecipou mudanças que estavam em curso no mercado, mas que talvez levassem cinco, dez ou mais anos para se tornarem dominantes. Entre as tendências aceleradas está a tão falada transformação digital das empresas. Até a Covid-19, isso era algo muito comentado, mas praticado apenas na superfície. Parecia muito mais um slogan para vender palestras ou cursos corporativos. Mas a realidade se impôs, e agora ter uma gestão adaptada para o digital é uma necessidade do presente.

Quem não foi capaz de se adaptar rapidamente, ficou pelo caminho – e essa virada de chave é muito mais complicada com uma estrutura de custos pesada e processos engessados. Além disso, os impactos da pandemia nos modelos de negócios, desenvolvimento de projetos e na forma de liderar equipes, por exemplo, já são sentidos e devem ser observados com lupa. É isso o que te convido a fazer comigo neste artigo.

O ponto de partida dessa reflexão é analisarmos o que de fato aconteceu assim que o isolamento social foi decretado. A partir daquele momento, toda a economia se voltou para o digital e muitas organizações se viram perdidas. Ficaram sem saber o que fazer, pois não estavam preparadas para trabalhar, se relacionar com clientes, gerenciar equipes e fazer negócios à distância. Ligaram o modo gambiarra, como disse muito bem o cientista Silvio Meira.  Por sua vez, quem já tinha um modelo pensado para a sociedade digital, baseado na nuvem e com as equipes treinadas para o trabalho descentralizado, saiu na frente e colheu os frutos por isso. Porque transformação digital não é simplesmente adotar home office; é ter processos desenhados para esse formato em sua totalidade.

Mas o que é de fato transformação digital? Segundo um relatório da McKinsey, esse processo exige pelo menos quatro alavancas-chave:

1. Modelos de negócio: novas formas de operar e novos arranjos econômicos.
2. Conectividade: engajamento em tempo real.
3. Processos: foco na experiência do cliente, automação e agilidade.
4. Analytics: melhor tomada de decisão e cultura de dados.  

Para capturar o valor gerado por essas alavancas, de acordo com a McKinsey, é necessário associar esses quatro fatores a um conjunto de melhores práticas de gestão que passam por estratégias, capacidades, organização e cultura.

Trabalho remoto é a ponta do iceberg

Tendo em mente esses quatro pilares, vale refletirmos melhor sobre a questão do famoso “home office. Essa “novidade” trazida pela pandemia (preste bem atenção às aspas, por favor) é só a ponta do iceberg do desafio que é implementar um processo de transformação digital. Só para dar uma dimensão do que estamos falando, as relações de negócios entre empresas e fornecedores estão mudando consideravelmente. Afinal, com a quarentena, projetos tiveram de ser criados, aprovados, gerenciados e executados de forma remota por equipes compostas muitas vezes por dezenas de pessoas.

Essa realidade veio para ficar. Inúmeras pesquisas mostram que o trabalho remoto caiu no gosto de empresas e trabalhadores, além de aumentar a produtividade e permitir ganho de tempo e qualidade de vida ao reduzir drasticamente a necessidade de deslocamento nas cidades. Isso deve gerar um efeito cascata positivo, influenciando a forma de trabalhar entre contratantes e contratados, que, com o aprendizado forçado do isolamento, devem se relacionar mais virtualmente daqui para frente.

No caso do mercado publicitário, por exemplo, isso já está acontecendo a passos largos. As empresas estão promovendo concorrências eselecionando agências de forma totalmente remota – isso não acontecia no pré-Covid. E depois de selecionada, a agência tem de recrutaros profissionais, montar equipes e começar a trabalhar com as pessoas remotamente. Muitos filmes publicitários estão sendo feitos assim atualmente. Parece fácil? Bom, fácil não é bem a palavra. Mas para quem já tinha uma operação desenhada para funcionar na nuvem e com as equipes adaptadas para a colaboração online, a jornada não teve grandes sustos.

Diante desse novo contexto, fica evidente a necessidade de sempre estar preparado para lidar com mudanças abruptas. Afinal, vivemos no chamado mundo VUCA (Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity). E para sobreviver a um cenário como esse, que se tornou ainda mais volátil, incerto, complexo e ambíguo com a pandemia, não há alternativa: é preciso ser leve, ágil e flexível. E aí, quem está preparado?  

(*) Raffael Mastrocola é CEO da OLIVER Latin America
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