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Smart Cities: tecnologia, colaboração e qualidade de vida

Aqui no Brasil não estamos tão longe assim deste conceito quanto pensamos. Nas últimas eleições para as prefeituras municipais, 81% dos planos de governos apresentados para as campanhas tiveram propostas para investimentos diretos em tecnologia, segundo levantamento protocolado no Tribunal Superior Eleitoral.


29 de julho de 2019 - 6h47

Por Sidarta Varela     (*)

Smart Cities nada mais são do que cidades sustentáveis, onde o progresso social e o bem-estar são o mote para a incorporação de projetos e soluções urbanas. Por meio da aplicação de conceitos e ferramentas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), buscam melhorar a qualidade de vida das pessoas e de serviços essenciais nas áreas da Saúde, Educação, Segurança, Finanças, entre outros setores.

A ideia central é desenhar junto às prefeituras projetos para interligar todos os serviços como hospitais, pronto socorro, escolas, secretarias, praças públicas etc. A missão é construir com as autoridades locais um modelo que traga inclusão digital para as cidades.

Aqui no Brasil não estamos tão longe assim deste conceito quanto pensamos. Nas últimas eleições para as prefeituras municipais, 81% dos planos de governos apresentados para as campanhas tiveram propostas para investimentos diretos em tecnologia, segundo levantamento protocolado no Tribunal Superior Eleitoral. Foram protocolados 813 projetos na área afim de aumentar a eficiência da gestão das cidades, principalmente no setor de Segurança Pública, área mais lembrada, com 19,2% das propostas, seguida de Educação (18%) e informatização (13,3%).

Quando falamos em segurança, um bom exemplo prático do benefício desta iniciativa seria a implantação de um cercamento eletrônico. O sistema seria capaz de identificar automaticamente as placas dos veículos roubados ou furtados por meio de câmeras ou demais ferramentais de monitoramento, disparando alertas para os centros de controle municipal e estadual, facilitando o combate ao crime.

Há dois anos, vi em Manchester um sistema funcional realmente integrado. Na área de Transportes, onde a população não somente podia carregar seus cartões das conduções, mas também com informações de mobilidade, horários etc. Na área de Saúde, estavam à disposição informações sobre clínicas mais próximas para o caso de emergência, além de orientações para uma vida mais saudável, com mensagens sobre caminhadas nas praças disponíveis, cuidados especiais com alimentação, segurança para queda de pessoas (muito bom para os idosos) em mesmo nível, entre outras dicas. Era uma verdadeira comunidade conectada, não preocupada apenas com segurança, mas com a vida da cidade, qualidade dos serviços públicos e consumo de água e energia.

Se quisermos explorar apenas o serviço de análise de placas de vídeo, poderíamos dar uma visão mais “humana” de smart cities e afunilar com LPR, tendo um mote especial para ele. Pensando em novos negócios, empreendedores também poderiam aproveitar informações coletadas ­– com autorização dos moradores, claro – para investir em atividades econômicas. Quem quiser abrir um comércio em determinado local saberá, por exemplo, quantas empresas já existem, a renda média, densidade demográfica etc., estimulando a profissionalização e a eficiência das empresas.

As possibilidades e benefícios para a população são muitos. Os pilares para atingirmos e a catalisação da criação de smart cities são claros: tecnologias inovadoras de interação, cidadãos e governo. Com toda sociedade fazendo sua parte, conseguiremos tornar nossa economia cada vez mais digital e colaborativa e, principalmente, melhorar a nossa qualidade de vida e das futuras gerações.

(*) Sidarta Varela é Head of Products na Avantia

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