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Twitter democratizando plataforma de anúncios. Por Guilherme Mamede

CEO da Melt DSP comenta sobre a possibilidade de anunciar no microblog que agora está disponível para todos os usuários


2 de julho de 2013 - 11h39

Por Guilherme Mamede
CEO da Melt DSP

O Twitter é tido como uma das ferramentas digitais mais democráticas disponíveis: é gratuito e aberto a todos; está na web e no celular; e, sobretudo, contribuiu para a deposição de regimes totalitários no mundo árabe. Mas um importante serviço do microblog — a possibilidade de anunciar – estava restrito a poucos. Não mais, leitores, essa é uma excelente notícia para pequenas empresas, start-ups e mesmo para pessoas que desejam maior projeção na rede.

Ravi Narasimhan, gerente de produto do Twitter responsável por geração de receita, anunciou recentemente que a companhia estava abrindo a todos os usuários americanos sua plataforma de publicidade self-service. Até então, só podiam anunciar no microblog grandes empresas e um seleto grupo de pequenos convidado a testar a nova plataforma.

O Twitter não informou quando estenderá a novidade a outros países. Mas, como abriu escritório recentemente no Brasil, vale a pena entender como o sistema funciona porque ele deve chegar por aqui em breve. São dois os formatos de publicidade disponíveis para pequenos negócios: contas patrocinadas e tweets patrocinados. O primeiro é ideal para quem quer atrair novos seguidores com perfil que se encaixe em sua base de clientes. Já o segundo atende a negócios interessados em amplificar o alcance e a influência de suas mensagens.

A ferramenta de contas patrocinadas (Promoted Accounts) exibe o perfil do anunciante no topo da seção que recomenda aos usuários quem seguir no Twitter (com uma etiqueta indicando que se trata de uma propaganda, é importante citar). Os algoritmos da rede social exibirão a conta patrocinada apenas a internautas com perfil semelhante ao da base de seguidores do anunciante. O cliente pode refinar ainda mais esse direcionamento por critérios de localização, gênero, interesses e aparelho com que os usuários acessam o Twitter.

Já os tweets patrocinados (Promoted Tweets) são posts que aparecem no topo do feed de alguns usuários. Os anunciantes podem limitar esse grupo pelos mesmos critérios das contas patrocinadas. O Twitter também permite que a escolha de palavras-chave — como faz o Google AdWords — para refinar o target: se um internauta, por exemplo, citou um disco de rock em um tweet, ele é um bom candidato a receber posts patrocinados sobre o show da banda em sua cidade.

O modelo de pagamento é atraente: o anunciante só paga quando há engajamento, nos moldes estabelecidos pela gigante Google anos atrás. Assim, o cliente é cobrado pelo número de novos seguidores conquistados pela conta patrocinada e pelo número de vezes que seu tweet patrocinado foi compartilhado, clicado, favoritado ou respondido.

O anunciante também estabelece um teto de orçamento para sua campanha que, quando atingido, interrompe automaticamente a exibição da conta e dos tweets patrocinados. Isso evita que os gastos com publicidade escapem ao controle. A plataforma de publicidade do Twitter não é perfeita. A mídia especializada já observou, por exemplo, que o Facebook oferece acesso a uma base de usuários mais ampla e targeting demográfico mais preciso e que a Google proporciona maior eficácia, pois seus links patrocinados são exibidos a internautas que estão, de fato, pesquisando sobre os produtos anunciados. O sistema de palavras-chave do Twitter foi criticado de forma direta: argumenta-se que quem postou mensagem com a palavra “relógio” não está manifestando intenção de comprar o produto, ao contrário do que geralmente acontece em ferramentas de busca.

Apesar disso, a chegada de um espaço publicitário com 200 milhões de usuários ativos que enviam 400 milhões de mensagens por dia é uma oportunidade que merece ser celebrada. Anunciantes mundo afora estão cada vez mais interessados: a firma de pesquisas eMarketer estima que a receita publicitária da rede social de San Francisco dobrará este ano, para US$ 583 milhões, e atingirá a marca de US$ 1 bilhão em 2014, elevando a pressão para que o Twitter lance ações na Bolsa. Não dá para ficar fora desse Trending Topic.

Que chegue logo ao Brasil!

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