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Você já pensou em monetizar o seu conteúdo criando uma Netflix de nicho?
Consumir conteúdo mais relevante, no ambiente digital, é muito mais simples
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21 de setembro de 2016 - 9h00
Por Gustavo Caetano (*)
Na chamada era da informação, somos bombardeados diariamente com diversos conteúdos por todos os lados e encontrar aquele que, de fato, nos interessa, às vezes, pode se tornar uma tarefa difícil. Os produtores de conteúdo enfrentam uma dificuldade ainda maior – precisam tornar o conteúdo relevante em meio aos inúmeros materiais disponíveis em alguma plataforma específica. Uma alternativa que alguns grupos de mídia têm adotado para tentar suprir a demanda de usuários que buscam por conteúdo segmentado é a distribuição desse conteúdo on demand.
É comum encontrarmos diversos canais pagos – e agora até canais abertos – que oferecem conteúdo exclusivo ou replicam aquele distribuído pela TV em plataformas online. Segundo a consultoria Market & Markets, o setor de vídeo por demanda (VOD) poderá valer US$ 61,4 bilhões em 2019, o que é um número representativo em um mercado extremamente promissor. Mas, muito além dos olhares apenas dos grupos de mídia, o setor tem atraído, também, os investimentos de empresas que apostam em conteúdo de nicho como principal produto.
Quando falamos em Netflix de nicho, pensamos em uma plataforma com o mesmo formato da gigante americana Netflix, que oferece vídeos via streaming mediante a uma assinatura, mas com um conteúdo segmentado em função do seu público-alvo. Algumas empresas já começaram a investir pesado nessa estratégia, como é o caso da Igreja Universal, que criou o Univer, canal que distribui vídeos cristãos para um público que busca por esse tipo de conteúdo. Outro exemplo é a EaseTV, primeiro canal do país com materiais dedicados para cachorros e gatos que surgiu para suprir uma demanda bem específica – resolver o problema da separação entre os pets e os donos.
Hoje, sabemos que a audiência está cada vez mais seletiva em relação ao conteúdo que as pessoas vão consumir. A maioria dos jovens entre 18 a 34 anos, por exemplo, gasta apenas 18% do seu tempo assistindo televisão aberta e a cabo. A dominância agora passou para os dispositivos digitais, que retêm cerca de 61% da atenção desses jovens. Isso se deve ao fato de que, no ambiente digital, consumir o conteúdo que você acha mais relevante é muito mais simples.
Quando uma empresa ou produtor entra no mercado de distribuição de conteúdo via streaming e cria o seu próprio serviço on demand, garante que irá trabalhar três pontos fundamentais: definição do seu público, capilaridade da entrega do seu conteúdo e modelo de negócios, que é a rentabilização do conteúdo premium, curado e segmentado que está sendo oferecido para seus usuários. Esses passos garantem um ganha a ganha, pois a empresa divulga um conteúdo de qualidade, segmentado para uma audiência específica e ainda gera receita por meio de uma assinatura realizada pelo público.
Existe um conceito chamado de “janela de distribuição do conteúdo digital”. Esse termo é baseado no que já acontece no mundo off-line. Primeiramente, o filme sai no cinema, depois vai para o Telecine, vai para a Netflix, canais a cabo e somente depois de um tempo vai para a TV aberta. A ideia é que isso também ocorra no digital, ou seja, o conteúdo é lançado em um ambiente premium, de forma exclusiva para assinantes. Só depois é massificado e distribuído em diversos canais. Esse ambiente pago também costuma sempre agregar conteúdo extra, bastidores que somente quem assina encontra ali.
Esse é um modelo ganha a ganha, pois gera valor para toda a cadeia, ou seja, para quem produz e quem consome. É o futuro do vídeo online. E aí? Vai ficar fora dessa?
(*) Gustavo Caetano é CEO da Samba Tech
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