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Fusões e aquisições de retailtechs cresceram 41,9% em 2021

Fabio Bortolotti, da Infracommerce, explica o que motivou a compra da Tatix e da Synapcom e aposta no contínuo crescimento das fusões e aquisições


24 de fevereiro de 2022 - 15h13

Os M&As, sigla do inglês “Mergers and Acquisitions”, ou fusões e aquisições,  em português, têm ganhado espaço nas estratégias das retailtechs. Em 2021, as fusões e aquisições nesse setor cresceram 41,9%, de acordo com report da Distrito. O volume total de investimentos em retailtechs foi de US$ 2,2 bilhões em 2021. Os destaques do setor foram: a aquisição da Kabum pela Magazine Luiza pelo valor de US$ 683,3 milhões, a segunda maior foi aquisição da Elo7 pela Etsy por US$ 217 milhões e a terceira a compra da Tatix pela Infracommerce por US$ 24,1 milhões.

Em entrevista ao Meio & Mensagem, Fabio Bortolotti, VP de Relações com investidores da Infracommerce, explica os motivos que levaram a companhia a comprar tanto a Tatix quanto a Synapcom, em dezembro de 2021, e indica os benefícios de se unir à startups.

Fabio Bortolotti, VP de Relações com investidores da Infracommerce (crédito: Divulgação)

Meio & Mensagem – Segundo estudo da Distrito, em 2021 as fusões e aquisições das retailtechs cresceram quase 42% no Brasil. O que esse dado mostra ao mercado?

Fabio Bortolotti – Os dados mostram a necessidade que o setor tem de ganho de escala para que o nível de serviço esteja de acordo com a expectativa do usuário. Nos últimos dois anos, o mercado mudou e a exigência do consumidor aumentou exponencialmente. É necessário obter custos acessíveis que mantenham as empresas competitivas no médio prazo contra grandes grupos e marketplaces.

M&M – A Infracommerce comprou a Tatix. Qual é o objetivo da companhia com isso?

Bortolotti – Não só apenas no caso da compra da Tatix, mas também quando adquirimos a Synapcom, em dezembro de 2021, o nosso objetivo macro foi aumentar a base de clientes para cross-sell, uma “venda cruzada”, que é quando se vende um produto ou serviço adicional a um cliente já existente, das soluções que a Infracommerce possui. Outro ponto estratégico foi obter uma escala disruptiva para nos diferenciar em termos de nível de serviço ao cliente e consumidor final, além de sinergia de custos em toda a operação.

M&M – De que forma adquirir outra empresa ou se fundir a outra empresa pode ajudar a companhia a crescer?

Bortolotti – Em muitos aspectos essa união pode ser benéfica. O primeiro deles, quando falamos de empresas de alto crescimento, como é o caso da Infracommerce, a aquisição permite preencher vagas com talentos de forma sustentável e rápida. Outro ponto que a aquisição nos permite é um ganho de escala acelerado e maior poder de barganha para reduzir custos e implementar inovações, uma vez que há maior investimento em campos como pesquisa e desenvolvimento e soluções de tecnologia, que são especialmente importantes.

M&M – O que as startups têm de diferencial que chama atenção das empresas?

Bortolotti – O grande diferencial dessas startups são as pessoas. Quando o processo de incorporação é bem realizado, ele possibilita a aquisição de talentos e equipes altamente qualificadas. Por outro lado, conforme as empresas crescem, é necessário estar atento para que o pensamento empreendedor destes colaboradores não seja reduzido. Esta é uma forma de revitalizar, constantemente, o sentimento de dono e empreendedorismo de cada um.

M&M – Na sua opinião, as aquisições e fusões de empresas de retailtech vão continuar crescendo no Brasil?

Bortolotti – Acredito que sim, em especial se pensarmos nelas como uma forma de consolidação de players com maior escala para continuar investindo em expansão e tecnologia. Analogamente, penso que investimentos cross-border, em especial na América Latina, também devem ser cada vez mais recorrentes.

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