Opinião
Como transformar e estabelecer a “cultura de inovação” nas grandes empresas
Construir um ambiente seguro e diverso talvez seja o primeiro passo para que essa mentalidade de inovação aflore no time
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21 de outubro de 2021 - 6h27
Cultura de inovação em grandes linhas é um processo de desconstrução de antigos paradigmas e de repensar oportunidades de maneira criativa, voltado a entender com profundidade as dores do consumidor, do negócio e das pessoas que o compõem, utilizando diferentes técnicas e abordagens e, principalmente, um time diverso, inclusivo, que se sinta livre, apto e empoderado para co-construir o futuro da organização.
Vivenciar a jornada de inovação e transformação cultural dentro de uma grande empresa é uma experiência muito rica e interessante. Além de se aprender muito, é preciso estar atento e aberto aos movimentos, questionamentos e interações das pessoas com as iniciativas propostas, das mais formais às mais informais.
Construir um ambiente seguro e diverso talvez seja o primeiro passo para que essa mentalidade de inovação aflore no time. Nesse momento, não importa a posição hierárquica, sua área de trabalho, se a solução foi muito simples ou qualquer outro medo que normalmente temos ao trabalhar em grupo, pois o fato é que o trabalho coletivo nos leva mais longe. E para isso acontecer, as pessoas têm que se sentir acolhidas e livres para criar.
Na minha visão, o papel da liderança é fundamental para disseminar que essa transformação de mentalidade é uma prioridade da empresa, o trabalho em conjunto cria vantagem competitiva e trazer a tona o conceito de empresa ambidestra: na busca constante do equilíbrio entre aquilo que já funciona bem e inovar tanto em produto quanto em processos e em novos modelos de negócio.
Aliado ao movimento da liderança, e tão importante quanto, é encontrar pessoas dentro da organização que estão abertas e motivadas para trabalharem desse modo, influenciando e criando um movimento genuíno de comunidade. Colaboradores que estão abertos ao mundo da inovação e perceberam a importância do novo modelo de trabalho estão motivados a pensar, testar, errar e fazer diferente. Identificá-los como entusiastas, apoiá-los e aproveitar esse interesse genuíno para movimentar os times é muito importante para essa transformação cultural.
Inovação também acontece a partir de provocações e inspirações. Criar movimentos em que os times param uma hora da semana para ouvir cases, profissionais futuristas, movimentos em outros mercados, áreas internas que estão embarcando nesse processo, seus aprendizados e erros, são possibilidades para abrir a cabeça das pessoas para o que é possível ser feito. E em conjunto a esse movimento é superinteressante trazer a agenda de capacitação, com metodologias e ferramentas para dar sustentação e auxílio para alguma oportunidade encontrada durante a jornada pessoal de cada colaborador.
Na Unilever, grande parte desse papel extremamente valioso, fica por conta da Garagem de Inovação, um espaço colaborativo e de experimentação que permite que os próprios colaboradores participem dos processos de inovação da empresa, aproximando a companhia do ecossistema de startups, que com alguns programas, produtos, workshops e lives, ao mesmo tempo que abrimos possibilidades e caminhos para explorar, também trazemos base e ferramentas para que consigamos evoluir e direcionar os insights que aparecem durante o processo de aprendizado. Em três anos de Garagem alcançamos mais de 1500 funcionários, com 160 lives, 44 eventos presenciais e três grandes iniciativas que têm transformado a forma como fazemos negócios.
Tudo isso dito acima deve seguir um ritmo, é importante criar cadência para todos esses estímulos pois, como já comentei, é uma jornada. Pelo menos por agora, não vejo um começo um meio e um fim. É um contínuo questionamento de como podemos fazer algo melhor, mais criativo, usando mais ferramentas digitais, coletando mais dados, entendendo mais nosso consumidor. E isso não para nunca.
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