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Há espaço para mais mulheres atuarem no mercado de venture capital?

As mulheres precisam ajudar a destruir estereótipos e preconceitos, sentindo-se cada vez mais confortáveis em demonstrar qualidades de liderança e negociação, habilidades STEM [ciência, tecnologia, engenharia e matemática] e a capacidade de tocar negócios que possam escalar rapidamente


18 de setembro de 2020 - 7h50


Empresas com liderança feminina ganham destaque durante a pandemia e mostram que sim!


Assim como todo o ecossistema econômico do país, o mercado de venture capital é liderado majoritariamente por homens. Dados da International Finance Corporation na América Latina mostram que apenas 8% dos fundos de private equity e venture capital têm mulheres na liderança, evidenciando a necessidade de mudanças e o fim da disparidade entre gêneros.

Reforçando a importância desta virada de chave, o fundo de investimento focado em startups de tecnologia Redpoint eventures nomeou no início do ano sua primeira sócia operacional mulher, a curitibana Carolina Strobel.

Uma das precursoras da indústria de venture capital na América Latina, onde atua desde 2001, ela é Operating Partner e Relações com Investidores da Redpoint eventures, dedicada à melhora operacional e administrativa dos fundos, ao desenvolvimento de negócios das startups e também às iniciativas ligadas ao impacto e diversidade.

Carolina, que é mestre em Direito Empresarial Internacional pela Universidade de Sheffield, no Reino Unido, bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná e também atua como conselheira da Anjos do Brasil, chegou para fortalecer e se somar a outras mulheres em busca de uma mudança neste cenário atual do mercado de tecnologia e startups.

E este espaço precisa ser comemorado. Segundo Carolina, um ecossistema mais diverso, composto por diferentes gêneros e raças, traz um maior retorno financeiro aos investidores. “É importante ter diversidade no momento da tomada de decisão de um investimento. Pessoas de diferentes origens e perspectivas enriquecem as discussões e análises de investimento. Estes valores trazem mais sustentabilidade e valor econômico às companhias a longo prazo.”

Estudo do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizado em 49 países, indica que o Brasil tem a 7ª maior proporção de mulheres entre os empreendedores iniciais. E, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elas são 45,3% da população economicamente ativa no Brasil.

A entidade mostra também que as profissionais dedicam mais tempo/anos aos estudos, quando se comparado aos homens, mas, mesmo assim, a remuneração média recebida no mercado é inferior.

“A atuação das mulheres em cargos de liderança e na indústria de venture capital é parte importante na igualdade de gênero e também na cadeia de funding para empresas. Não apenas ajuda outras mulheres a se espelharem nestes exemplos, como também abre caminhos para que empreendedoras sintam-se acolhidas ao apresentar suas ideias e projetos. Assim, ajudamos a criar um ciclo virtuoso onde quem mais lucra é a sociedade”, afirma Carolina.

“Precisamos usar estas oportunidades para ajudar e apoiar a diversidade, fomentando e valorizando o potencial e capacidade dos diferentes tipos de identidades de gêneros”, complementa a executiva da Redpoint eventures.

Entre as companhias lideradas por mulheres que se destacaram durante a pandemia está a Vittude, empresa do portfólio da Redpoint eventures e fundada em 2016 por Tatiana Pimenta. A plataforma conecta clientes a psicólogos do Brasil inteiro para atendimento online e presencial.

Pesquisas apontam que os casos de depressão e ansiedade aumentaram drasticamente durante a quarentena, gerando queda de produtividade, afastamentos e um aumento no índice de turnover dentro das empresas. Com isso, referência em psicologia on e offline no Brasil, a Vittude viu o seu número de pacientes disparar desde o início da pandemia, de 22 mil para 130 mil. O faturamento da startup cresceu 350% e os funcionários que, em março, eram 13, agora são 39. E mais: a sua base de psicólogos subiu de 4 mil para 6 mil.

Outra startup do portfólio da Redpoint eventures que tem uma mulher no comando (Melissa Gava) e também ganhou destaque na pandemia foi a MOL – Mediação Online, que desde abril disponibilizou sua plataforma de resolução de conflitos a todos os TJs (Tribunais de Justiça) do Brasil gratuitamente.

A plataforma possibilitou a continuidade das conciliações e mediações judiciais no Brasil, já que exclui a necessidade do encontro físico das partes em conflito. Todo o procedimento é feito online, desde o envio da carta convite via blockchain, ao agendamento com todos os participantes, a sessão por videoconferência, chat ou telefone até a assinatura eletrônica (tecnologia que dispensa o uso de certificado digital) do termo de acordo. As sessões são gravadas, e a plataforma conta também com um dashboard para a gestão e performance de resultados.

Vale destacar ainda a Gesto, criada por Fabiana Salles. A healthtech, também do portfólio da Redpoint eventures, iniciou suas atividades como uma consultoria para a gestão de benefícios médicos e identificou uma nova oportunidade de negócios para atuar como corretora de planos de saúde.

A empresa ainda está reunindo as principais informações sobre o novo Coronavírus em um portal de acesso livre e gratuito para oferecer à população conteúdo de qualidade sobre a doença.

“A lição que fica é que as mulheres precisam ajudar a destruir estereótipos e preconceitos, sentindo-se cada vez mais confortáveis em demonstrar qualidades de liderança e negociação, habilidades STEM [ciência, tecnologia, engenharia e matemática] e a capacidade de tocar negócios que possam escalar rapidamente”, finaliza a Operating Partnerda Redpoint eventures.

As mulheres ainda têm pouca representatividade no setor, mas indicam que estão no caminho certo, apostando em inovação e tecnologia para ajudar a sanar as principais deficiências do sistema brasileiro, otimizando os serviços com um olhar diferente, seja antes, durante ou pós pandemia.

 

 

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