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Bandeirada digital


13 de junho de 2012 - 3h06

Por Nathalie Ursini e Orlando Figueiredo

Ninguém duvidava de que a internet viria ocupar um papel cada vez mais central nas opções de comunicação dos consumidores brasileiros. Mas, surpreendentemente, duas pesquisas provocaram uma combinação de euforia — para uns — e ceticismo — para outros — no mercado de mídia nacional. Estudo feito pela ComScore a pedido do IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau) aponta que 42% dos consumidores passam pelo menos duas horas por dia conectados, seja por meio do computador, seja do celular. No caso da TV, esse percentual, para a mesma quantidade de horas, é de 25%. Outra pesquisa, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), também divulgada em maio, revela que 38% dos domicílios brasileiros já contam com acesso à internet.

Outro fenômeno, identificado pela ComScore, deu a dimensão do que a web vem representando para os brasileiros. A questão “Se você tivesse 15 minutos livres para usar no dia, qual seria a atividade preferida?” trouxe como primeira resposta a navegação na internet. E essa foi a escolha de 33% dos entrevistados, seguida da utilização de redes sociais, com 13%. Assistir à televisão atingiu 11% das preferências, ouvir rádio ficou com apenas 4% das respostas. Na questão de importância de cada tipo de mídia, a internet lidera com 82% das respostas, seguida de TV, c om 50%; jornal, com 37%; rádio com 28% e revistas com 24%.

Se, por um lado, os números apontam um aumento da relevância dos produtos e suportes digitais para a comunicação, informação e entretenimento, por outro, o mercado brasileiro se consolidou em um ambiente de mídia cujos líderes ocupam seu espaço e participação no bolo publicitário há décadas. Para discutir estes números, Meio & Mensagem perguntou a grupos do setor quais os efeitos das mudanças nos hábitos de consumo de mídia e de que maneira eles têm se preparado para enfrentar o desafio de acompanhar essas alterações.

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 Internet

“Não há dúvidas de que a internet está cada dia mais presente e com a popularização da mobilidade, com smartphones e tablets, além da inclusão digital proporcionada pelas lan houses e demais acessos públicos, a facilidade e frequência dos acessos à rede já a posiciona como um veículo de massa e só tende a aumentar entre todas as classes sociais. O consumo de notícias, hoje, dificilmente acontece sem uma forte participação do online, não apenas pela agilidade, variedade e quantidade de informações, mas também por instrumentos que enriquecem muito a experiência de consumo deste conteúdo, como compartilhamento e discussões em mídias sociais, assim como a expressão da opinião das pessoas que acompanham os fatos in loco. Para o mercado publicitário, este movimento representa não apenas uma audiência maior e mais diversificada, mas também muito mais engajamento com os conteúdos e serviços consumidos online que aliados às novas tecnologias de segmentação e entrega inteligente de formatos criativos que tornam a publicidade parte integrante do conteúdo que está sendo consumido, representam resultados muito mais efetivos para as iniciativas de comunicação.”

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 Tv Paga

“Acreditamos na sinergia da TV com os meios digitais e observamos dois fenômenos. Primeiro: o bom conteúdo será buscado e consumido em qualquer lugar, portanto, devemos oferecê-lo ao consumidor no meio mais conveniente para ele. O telespectador prefere ver os eventos na TV, é fato. Nos finais de semana, nossa audiência na TV é alta, mas na internet, é baixa. Durante a semana, ocorre o contrário, principalmente no horário comercial. A audiência da Liga dos Campeões atingiu via internet três milhões de pessoas na última temporada. Na TV, essa audiência chegou a 20 milhões. Ou seja, a internet representou uma audiência incremental que já chega a 15% da audiência de TV. O segundo fenômeno é o da segunda tela. Já virou hábito assistir à TV com um computador, tablet ou smartphone na mão. E uma não concorre com a outra, pois uma gera audiência para a outra. A TV aberta é, e ainda será, uma mídia poderosa. Justifica ser o principal destino da verba publicitária. Mas a TV aberta ganha com a internet, é um novo hábito de consumo.”

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Jornal

“O aumento do uso da internet fixa ou móvel é um fenômeno mundial. E, no Brasil, isso não é diferente. No caso do Brasil Econômico, por exemplo, o nosso portal registrou um aumento no número de pageviews em 44% de janeiro a abril deste ano. Considero que isso foi possível graças a alguns aspectos. Um deles deve-se a uma integração entre as equipes online e impressa que estão cada vez mais conseguindo atualizar o site de forma mais rápida, com notícias mais quentes e mais relevantes e também com informações exclusivas. Outro fator importante para esse aumento foi nosso investimento em web TV que levou mais interatividade e dinamismo ao site e à cobertura econômica. Além disso, é evidente que há uma conjuntura favorável. O aumento de renda da população, o fácil acesso ao crédito e a expansão do número de computadores residenciais com internet têm sido fatores decisivos para o aumento de pessoas conectadas à rede. Com a meta do governo em massificar a banda larga até 2014, acredito que essa nova cultura deve continuar se expandindo.”

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Agência

“A revolução que o mundo da mídia aguardava já está acontecendo, e de maneira rápida e intensa. Várias previsões que ouvi ao longo dos últimos anos estavam certas e, muitas, erradas. O que vejo de bem importante é a democratização da informação. Cada vez mais pessoas têm acesso a conteúdos por meio de contatos com telas. São as telas que vieram fazer parte das nossas vidas e serão vitais para as gerações que estão chegando. São números crescentes de consumidores acessando suas televisões, tablets, celulares, laptops, para ter contato com o que está acontecendo no mundo, naquele instante. Penso que não existe mais, na cabeça dessas pessoas, a divisão: estou na internet e não na TV ou ao contrário. O que realmente elas querem é informação boa, rápida e acessível. Perguntando aos meus filhos, que estão na faixa etária entre 16 e 22 anos, como eles consomem mídia, simplesmente responderam-me que consomem onde está mais fácil no momento. Seja pelo celular, TV, internet ou uma combinação deles. O mais importante é: bem-vinda seja a informação de qualidade!” 

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