Estrategistas, eu amo vocês!
Se a Amy Webb declarou seu amor aos estrategistas, você deveria nos amar também
Se a Amy Webb declarou seu amor aos estrategistas, você deveria nos amar também
13 de março de 2024 - 14h40
Tive o privilégio de participar da Master Class de Foresight, uma série de quatro sessões lideradas por renomados profissionais da Future Today Institute, de Amy Webb. A última sessão, “Exploring Your Organization’s Futures”, conduzida por Amy Webb e Melanie Subin, managing director da organização, foi especialmente marcante para mim, pois nela a Amy expressou sua admiração por nós, estrategistas, e ambas ressaltaram a relação crucial entre estratégia e a previsão de futuros.
Durante o painel, ficou evidente a crença das palestrantes na colaboração entre diferentes disciplinas para gerar conversas significativas e insights estratégicos. Amy e Melanie enfatizaram a importância de promover um diálogo aberto e um ambiente psicologicamente seguro nas empresas, em que todos se sintam à vontade para compartilhar seus pontos de vista. A importância de buscar diferentes perspectivas, de sair das próprias bolhas e beber em diferentes fontes também foram destacadas.
As profissionais deixaram claro que o foresight sem estratégia é apenas uma narrativa aspiracional, enquanto a estratégia sem o foresight leva a planos falhos e à falta de competitividade. Que as empresas devem passar de uma cultura do “sabe tudo” para uma cultura que “aprende de tudo”. Isso é o que mais me fascina na disciplina em que atuo, e me fez pensar nos motivos de ser estrategista: a curiosidade incessante por assuntos diversos, a sede de buscar sempre mais informações para amplificar meu repertório e sempre estar atenta e cultivar empatia para construir soluções eficazes a problemas que identificamos, mas não vivenciamos.
Concordo plenamente com Amy e Melaine sobre a fundamental sinergia entre foresight e estratégia na busca por uma visão aprimorada de futuro, a fim de garantir estratégias que fortalecem as empresas no enfrentamento de panoramas disruptivos. Por isso é lamentável que, num contexto dominado por uma mentalidade imediatista, os estrategistas sejam cada vez mais pressionados a defender a relevância de um trabalho estratégico profundo. Sinto que há uma cobrança por justificar a necessidade desse esforço, que demanda tempo e investimento e é embasado em metodologias, pesquisas e identificação de tendências, na construção de horizontes bem fundamentados e de planos de ação. Quando muitos reclamam sobre o caos e a volatilidade dos cenários, é no mínimo irônico não valorizar um trabalho que oferece um norte confiável em meio à incerteza.
Elaborar estratégias de maneira adequada garante uma abordagem inteligente e um desempenho superior, capaz de nos posicionar à frente da concorrência. Além disso, as estratégias quando bem desenvolvidas, são fundamentais para direcionar o processo criativo e garantir a resiliência organizacional diante de transformações imprevistas.
Vale lembrar que estrategistas não apenas desenvolvem planos de ação, mas também tem a habilidade de contar histórias. A forma como compartilhamos nossos insights e soluções, construídas a partir de um amplo repertório, faz toda a diferença. De acordo com Jerome Brunew, psicólogo americano que fez contribuições significativas para o campo da psicologia cognitiva, humanos têm 22 vezes mais probabilidade de lembrar uma história do que qualquer outra forma de comunicação. Portanto, a forma como contamos nossos planos estratégicos também faz parte do nosso processo de trabalho.
Convido, todos os estrategistas a manterem seu compromisso com a profundidade e seriedade de nossas narrativas, defendendo o valor do trabalho estratégico fundamentado no conhecimento e nas trocas, e capaz de moldar uma visão de futuro mais promissora e resiliente.
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