DE 08 A 16 DE MARÇO DE 2024 | AUSTIN - EUA

SXSW

IA, quem sou eu pra duvidar?

Apesar da maioria dos painéis trazer uma visão positiva sobre IA, focando em super criatividade, super produtividade, alcance de novos skills, confesso que minha visão não é tão otimista


14 de março de 2024 - 14h09

Meu objetivo neste meu terceiro SXSW foi o de mergulhar na trilha de Inteligência Artificial. Sim, eu sei. Eu e mais 99% do festival. Mas, mais do que uma escolha, foi instintivo. Instinto de sobrevivência. Seguindo o conselho de Sandy Carter, COO da Unstoppable, “pare de resistir e comece a aprender”. E rápido.

Apesar da maioria dos painéis trazer uma visão positiva sobre IA, focando em super criatividade, super produtividade, alcance de novos skills, confesso que minha visão não é tão otimista. Apertem os cintos, pois a turbulência vai ser grande. E não vai ser todo avião que vai passar por ela.

Os desafios e problemas que vamos enfrentar com a IA atingindo absolutamente todos os processos da nossa vida, me prenderam. E ouvir Peter Deng, Head do ChatGPT, e Vishal Sharma, vice-presidente de IA na Amazon, saindo pela tangente para responder perguntas sobre desemprego ou direitos autorais não foi confortável. Mas, por enquanto, vamos falar de coisa boa. Então, vou continuar com a Sandy, que foi muito didática em trazer 7 fatos que apontam a direção da IA.

A escalada de IA vai ser ascendente e rápida. Isso vai afetar a maneira como gerenciamos pessoas e exigir cada vez mais empatia. Retomando a Peter Deng, ao ser perguntado por que aceitou o cargo na OpenAI após ter passado por Big Techs, respondeu sobre a importância da democratização da IA. De levar o conhecimento a todos os níveis, para que a evolução aconteça de maneira equilibrada.

Multi Modelos: a máquina aprendendo por multi modelos. Não só texto, mas também imagem e áudio. E a partir disso, despertando insights. Isso significa que, daqui pra frente, não é só mais uma imagem que vai representar seu produto. Mas marketeiros terão que entender como seu produto será lido por IA, como você precisa descrever seu produto para ter um output coerente.

E a era da experimentação chegou. A INTERNET OF SENSES. O acesso será espacial e sensorial. Como exemplo, Sandy trouxe a aceitação do consumidor em relação a companhia digital. Um humanoide incansável, respondendo todas as suas perguntas e conversando. Termo que Peter complementou com a expressão “Tireless Professor”.

Tudo terá uma cópia digital permitindo testes e monitoramento de comportamento. E aqui uma provocação: o que no seu dia a dia você consegue efetuar uma cópia digital para elaborar exercícios e remodelar processos?
Tudo será tokenizado, garantindo procedência e veracidade. Sua identidade digital permitindo a gerência dos seus dados e você monetizando os mesmos.

Convergência Tecnológica: IA será sempre somada a outra ferramenta garantindo resultados ainda melhores.
E, por último, Sandy concordou comigo que nem tudo são flores. A IA vai nos trazer problemas. Ela elenca os principais deles: confiança e garantia da veracidade dos fatos, responsabilidade, legislação, e o vácuo e a importância de dados corretos para gerar resultados também corretos.

Além de mim e de Sandy, tem mais gente preocupada com os efeitos de IA. E quem ouvi ser mais consistente em relação a eles foi a Dr. Joy Buolanwini (que se auto denomina Poet of Code – https://www.poetofcode.com), fundadora do Algorithmic Justice Ligue, com um trabalho ativista na auditoria da utilização de IA de forma igualitária e responsável e na proteção de pessoas que foram prejudicadas por IA. Ao ser questionada o que tira seu sono a noite, alertou sobre a utilização de armas automatizadas. IA escolhendo os seus alvos. Mas, até ela, terminou com um ponto positivo: a co-laboração entre humanos e máquina como algo inspirador. Se ela acredita, quem sou eu pra duvidar?

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