Pensar fora da caixa não é mais suficiente.
Novas camadas e velocidade de mudanças exigirão que marcas pensem em estratégias multidisciplinares para espaços cada vez mais híbridos.
Novas camadas e velocidade de mudanças exigirão que marcas pensem em estratégias multidisciplinares para espaços cada vez mais híbridos.
21 de março de 2023 - 15h32
(crédito: Amy E. Price/GettyImages)
São muitos os elementos que fazem do SXSW o evento que é. E ao fim de mais uma edição, eles se reforçam sobre os pilares já conhecidos: intensa agenda, inúmeras oportunidades de networking e uma seleção de ativações e experiências que desafia as marcas participantes. Foi nesta efervescência de espaços e atrações que discutimos um futuro para o marketing – igualmente plural.
Alguns tópicos costuraram muitas das sessões desta semana: falou-se de realidade virtual, inteligência artificial, Web 3.0, e-commerce nas redes sociais e experiências IRL. Falou-se de imersão, construção e manutenção de comunidades, análise de dados e conteúdo – que segue liderando o jogo. Na mesma velocidade com que o evento se desenha, o ecossistema onde marcas se desenvolvem, interagem e nutrem relações com seus públicos evolui, tornando-se uma grande rede de espaços e ferramentas múltiplos. Profissionais de marketing tentam, não sem certa ansiedade, fazer as escolhas certas.
Em um dos painéis da agenda – “Humanity in the Metaverse: What’s Design Got To Do With It?” -, ficou o chamado para marcas: estejam onde as pessoas querem estar, não onde elas deveriam estar. Porém, em um contexto tão complexo como o que foi apresentado ao longo de todo o festival, pessoas querem estar em diversos espaços ao mesmo tempo. E este é o verdadeiro desafio.
Ao fim de uma das sessões sobre Web 3.0, em meio a reflexões sobre a convergência entre real, virtual e digital, ouvi de uma participante que não é possível mais pensar “fora da caixa” com tantas “caixas” disponíveis. Nesse sentido, marcas precisam, na verdade, é imergir nessas muitas “caixas” para entender como conectá-las em um plano que considere as muitas complexidades por trás do comportamento de consumo atual. O marketing integrado tornou-se peça-chave na economia da atenção em que ativações isoladas – por mais inovadoras que sejam – não têm mais o mesmo impacto de antes.
A indústria da moda é uma das que está incorporando essa abordagem multidisciplinar de forma efetiva. Não faltam cases combinando pontos de contato variados com o público, ativados por redes sociais, espaços virtuais e embaixadores reais. A realidade híbrida que se vislumbra também já é a aposta certeira de marcas que esperam atingir mais pessoas e com melhores oportunidades de engajamento por meio de ideias que não apenas são “fora da caixa”, mas geram múltiplas associações. Ainda em 2022, a Porsche revelou sua estratégia Web 3.0 que, com artistas de NFT resultou não somente em arte digital, mas também aplicável a seus modelos. Um deles estava sendo exibido presencialmente durante este SXSW, na Porsche House.
As estratégias – que até há alguns anos eram bem definidas dentro de seus territórios, de RP a redes sociais, passando por eventos físicos e marketing de influência – não podem mais simplesmente serem divididas entre online e offline. A conexão entre as diversas “caixas” do ecossistema se faz presente e necessária, resultado de uma indústria que tem exigido inovação tão rapidamente quanto adaptação. O futuro do marketing será pautado por integração – forçando marcas a recalcularem a rota de investimentos e mudarem a perspectiva sobre as tais ideias inovadoras.
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