90% dos pais apoiam programa de inteligência emocional para meninos

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90% dos pais apoiam programa de inteligência emocional para meninos

Dados são da pesquisa do projeto "Meninos: Sonhando os homens do futuro", criado pelo Instituto Papo de Homem (PDH) e o Pacto Global da ONU no Brasil, e viabilizado pelo Grupo Natura


15 de março de 2024 - 8h42

Entre 11 e 22 de março, está acontecendo na cidade de Nova York a 68ª Conferência sobre Status das Mulheres (CSW), organizada pela ONU Mulheres. Lá, foram divulgados dados iniciais do levantamento do projeto “Meninos: Sonhando os homens do futuro”, criado pelo Instituto Papo de Homem (PDH) e o Pacto Global da ONU no Brasil, e viabilizado pelo Grupo Natura.

A pesquisa, que envolveu mais de 11 mil pessoas da América Latina para entender o perfil dos meninos em idade escolar do Brasil, Argentina e México, concluiu que 90% dos pais e mães apoiam a criação de um programa educativo para meninos e adolescentes com foco em inteligência emocional, relações responsáveis e desenvolvimento de habilidades para solucionar problemas.

O estudo, que busca investigar as principais dores, dilemas, sonhos e potências dos prováveis futuros homens da região, dará origem ao documentário de mesmo nome e à criação do currículo “Meninos do Futuro”, focado na educação de meninos e adolescentes. 

“Chegar na equidade passa pela transformação dos meninos. Mas há uma escassez de espaços e pessoas dedicadas a isso. Este projeto é nossa visão para cultivarmos homens mais responsáveis, emocionalmente equilibrados e com a coragem necessária para ajudar a construir um mundo livre de assédio, opressão e todas as formas de preconceito”, avalia Guilherme Valadares, idealizador do projeto, fundador e diretor de pesquisa do Instituto PDH.

O projeto envolve ainda a produção de outros conteúdos e uma ferramenta educacional. A ideia é que todo esse material e a ferramenta sejam levados a escolas, centros esportivos e clubes de futebol e outros espaços comunitários, com a finalidade de produzir reflexão e aprendizado para meninos adolescentes.

“O trabalho com os meninos é o que fecha o ciclo. É pensar que o empoderamento das meninas é fundamental, assim como a construção de projetos de masculinidades que possam cultivar a vida sem violência, garantindo liberdade de escolhas e de novas interações hoje e no futuro”, diz Viviana Santiago, especialista em direitos de crianças e adolescentes e consultora do projeto.

Origem do projeto

A parceria entre Pacto Global da ONU no Brasil e Instituto PDH começou há um ano, com o intuito de promover equidade de gênero integrando questões de masculinidades, principalmente a partir da transformação das gerações futuras, além de cuidar das dores e dos anseios de garotos de 13 a 17 anos. 

O projeto foi pautado pelo relatório da Unesco “Nenhuma criança deixada para trás”, de 2022, que indica uma piora dos índices de abandono escolar e taxas de aprendizagem entre os meninos. Dentre os achados, destaca-se que em 130 países, os garotos possuem uma propensão a repetir de série ainda no primeiro grau; Em 73 países, eles são mais propensos a não concluir o segundo grau, e de modo geral, são maioria entre os jovens que não estão no sistema escolar.

A pesquisa aponta ainda que, dentre os fatores que levam os meninos a perder o interesse na escola estão: a vulnerabilidade social e a necessidade de trabalho. Entretanto, eles também são mais suscetíveis a bullying físico e a se tornarem alvos quando não correspondem às expectativas de expressão de gênero ou de orientação sexual.  

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