Bibi Tatto: “As mulheres são a maioria dos gamers no Brasil”
A youtuber, influenciadora, gamer e fundadora da agência Let's fala sobre a potência das brasileiras nos games e diz que quer ajudar outras pessoas a serem relevantes na era digital
Bibi Tatto: “As mulheres são a maioria dos gamers no Brasil”
BuscarA youtuber, influenciadora, gamer e fundadora da agência Let's fala sobre a potência das brasileiras nos games e diz que quer ajudar outras pessoas a serem relevantes na era digital
Lidia Capitani
4 de janeiro de 2023 - 12h46
O que começou como um passatempo virou profissão. Essa é a história de muitos influenciadores digitais que começaram suas carreiras ainda na adolescência, como foi o caso de Bibi, ou Bianca Tatto. No YouTube, ela postava vídeos e canções paródias de Minecraft, um dos jogos mais populares. Logo, seu canal explodiu e disparou em inscritos: de 10 mil, ainda em 2016, para 10 milhões no ano passado.
Aproveitando toda a experiência que ela obteve em sua jornada como influenciadora e gamer, Bibi criou a agência Let’s, responsável por cuidar da carreira de influencers e artistas. Há três anos, ela equilibra a vida de empresária com o seu lado artístico — além de produzir conteúdo online, também escreve músicas e canta.
Nesta entrevista ao Women To Watch, Bibi Tatto conta como surgiu a sua agência, compartilha suas inseguranças e revela o segredo para manter o sucesso no meio digital.
Você começou na internet muito cedo. Primeiro no YouTube, com o canal de games, e a partir daí você foi se reinventando e criando novos projetos. Na sua avaliação, como conseguiu se manter relevante por todos esses anos?
É sempre um desafio se manter relevante, mas eu acredito que estamos nos atualizando a cada novidade e mantendo a frequência, sempre com a base de fãs junto. Isso é muito importante. Eu acredito que nos momentos em que não estamos no auge, são os fãs que nos sustentam e nos mantêm relevantes. Além de se atualizar das novidades e manter a frequência, devemos fazer tudo com verdade. Porque se vamos muito na onda do momento, e nos desvinculamos do que gostamos de fazer, quando essa moda passar, nós também sumimos. Então, precisamos ter um equilíbrio entre o que está dando certo e o que gostamos de fazer e tem a nossa cara.
Hoje, você tem uma produtora audiovisual e a agência Let’s, que cuida da sua carreira e de outros influenciadores. Quando e como surgiu a vontade de virar empresária?
A Let’s surgiu há três anos, sem a intenção de ser o que é hoje, uma agência que cuida da carreira de artistas. Ela nasceu da necessidade de eu ter gente para gravar junto comigo e aparecer nos vídeos. E, sempre que você mostra pessoas nos seus vídeos, você acaba dando visibilidade para elas, e eu não queria que isso fosse jogado fora. Então, meu desejo era dar oportunidade para essas pessoas construírem a carreira delas e se consolidarem como artistas. Além de também ajudar na parte comercial, para que elas se sustentassem e conseguissem trabalhar com isso.
Quais características ou habilidades você considera essenciais numa liderança? Como você as desenvolve e as alimenta regularmente?
A liderança é um ponto muito sensível, porque existem pessoas que sabem liderar e as que não sabem. Eu acredito que o meu bom relacionamento com o pessoal é o que mantém minha boa liderança. Faço questão de me relacionar bem com as pessoas com quem eu trabalho. Prezo pelo cuidado com o ser humano, pela sensibilidade na hora de trabalhar e, acima de tudo, pelo respeito. Quando não se tem o respeito, liderar fica muito difícil.
Como você equilibra e administra esses dois lados, o da empresária e o da influenciadora?
É sempre um desafio o equilíbrio da vida artística e profissional. Mas, isso é questão de organizar, então precisamos ter disciplina. Desde pequena, meu pai sempre me ensinou a ter organização para dar conta de fazer tudo, o que é um desafio, mas eu adoro os dois lados e divido minha semana muito bem. Existem momentos nos quais preciso ser a Bibi artista e outros em que preciso ser a Bibi empresária.
Você começou na internet produzindo conteúdo sobre games, e esse nicho de mercado cresceu exponencialmente e se modificou muito durante os últimos anos. De que forma as mulheres ganharam espaço nesse meio e como a relação delas com esse ecossistema mudou?
Nos últimos anos, as mulheres têm ganhado cada vez mais relevância em diversas áreas de atuação, e com os games não foi diferente. Claro que ainda está longe de ser o ideal, mas começamos a ter mais relevância, com mais pessoas influenciando elas a continuar nesse meio. E, hoje, as mulheres são a maioria dos gamers no Brasil. Então, eu acredito que a influência de grandes mulheres no mundo dos jogos ajudou bastante, além das oportunidades que os responsáveis pelos games foram dando para elas.
Você já teve algum tipo de sentimento de autossabotagem? Como lida com essa situação e quais dicas dá para as mulheres que se sentem assim nos projetos, áreas e lugares em que atuam?
Tive muitos momentos de autossabotagem durante a minha carreira toda. Momentos em que estamos sensíveis com nós mesmas, em que não estamos tão autoconfiantes e começamos a nos sabotar mesmo, achando que não somos capazes. Acredito que vem mais de dentro do que de influências externas. Mas, o que me ajudou muito a manter a mente sã foi a terapia e ter pessoas à minha volta que sempre me ajudaram e me incentivaram a não desistir.
Quais mulheres inspiradoras você segue, lê e observa? Como elas te inspiram?
Eu acho que as mulheres que mais me inspiram são as maiores que temos em cada nicho que atuam. A Anitta, para mim, é uma grande inspiração. Por ela ter persistido na carreira internacional, apesar de todas as barreiras e pessoas desacreditando no trabalho dela, ela bate de frente e vai atrás do que quer.
A Boca Rosa, Bianca Andrade, também é uma grande inspiração para mim. Pela história de vida dela, de uma pessoa que veio da periferia e hoje tem um império, uma marca e uma carreira sensacional. Essas são as mulheres que me inspiram a fazer meu trabalho.
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