Meio & Mensagem
18 de setembro de 2023 - 9h04
(Crédito: Romana-AdobeStock)
Nasce o projeto Lúcidas, primeira plataforma brasileira de investigação, conteúdo e conexões sobre a amizade feminina. Utilizando uma presença ativa nas redes sociais, através de newsletters e eventos em todo o Brasil, a Lúcidas deseja fomentar discussões mais profundas sobre as amizades entre mulheres. O objetivo é encorajar as mulheres a serem intencionais na formação desses laços, visando assim aumentar o bem-estar e a qualidade de vida como uma estratégia para o futuro.
Criada pela jornalista e publicitária Larissa Magrisso, Lúcidas foi inspirada por uma fala da antropóloga Mirian Goldenberg, especializada em envelhecimento, felicidade e etarismo. Após entrevistar mais de 5.000 pessoas, a pesquisadora e autora descobriu que a principal fonte de cuidado e felicidade para as mulheres, principalmente na velhice, não são companheiros nem filhos adultos, são as amigas.
Outra fonte de inspiração para o surgimento do projeto provém da pesquisa mais abrangente sobre a felicidade já realizada no mundo, conduzida por Harvard. Em janeiro de 2023, essa pesquisa lançou uma nova fase que resultou no livro “The Good Life” (Uma Boa Vida: Lições do Estudo Científico Mais Longo do Mundo sobre a Felicidade), que em breve estará disponível no Brasil pela editora Sextante. Os autores afirmam de forma enfática que a decisão mais crucial que alguém pode tomar para assegurar uma vida feliz no futuro é nutrir suas relações interpessoais. O livro apresenta evidências científicas que respaldam a importância de cuidar das amizades ao longo da vida e também oferece sugestões simples para colocar isso em prática, por meio do conceito de “social fitness”, ou seja, o ato de manter as relações em excelente estado. “Lúcidas são as mulheres que fazem parte desse despertar coletivo, que estão entendendo que as amigas nos manterão sãs, mesmo quando estivermos loucas”, afirma Larissa.
O nome do projeto tem origem em uma história de família. Larissa compartilha que sua tia avó, Irma, ao entrar em uma instituição para idosos no final de sua vida, se empolgou ao reconhecer uma amiga da infância com quem não tinha contato por décadas. Ela se aproximou da amiga e, de forma descontraída, fez a pergunta que se tornou um dito familiar: “Você está lúcida?”
Larissa afirma acreditar que esse “superpoder” da amizade, assim como outros recursos que podem ser aproveitados sem colocar os homens, o consumismo ou os ideais românticos de amor no centro, não está sendo incentivado o suficiente. “Desde a infância, as meninas são apresentadas a uma enorme quantidade de informações, histórias, perguntas, conselhos, fórmulas mágicas, coisas para comprar, editoriais de revistas ou TikToks sobre como alcançar ou melhorar seus relacionamentos românticos ou quando é o momento ideal para ter filhos. Por que não nos dizem que devemos prestar atenção em nossas amigas com a mesma energia?”
“Esse tipo de relacionamento não é fácil de criar ou manter. Ao contrário de uma crise no casamento, quando sabemos que podemos procurar aconselhamento ou conteúdos para resolver, somos levadas a achar que as amizades precisam simplesmente acontecer, ou ser fáceis o tempo todo”, contextualiza Larissa.
Além de investigação e conteúdo, o terceiro pilar da Lúcidas são as experiências de conexão. Momentos (presenciais ou virtuais) para que, juntas, mulheres possam exercitar formas de criar e estreitar vínculos.
Para saber mais sobre o projeto, acesse o site https://www.lucidas.cc/