Transição na Maturidade
Me alegra ver que aos 50, 60 anos, muitas mulheres estão realmente recomeçando. Nunca é do zero, porque a estrada percorrida deu calos e bagagem
Me alegra ver que aos 50, 60 anos, muitas mulheres estão realmente recomeçando. Nunca é do zero, porque a estrada percorrida deu calos e bagagem
24 de novembro de 2022 - 7h20
Quem me conhece sabe que uma das principais bandeiras que levanto é a contra o etarismo, seja ele contra velhos ou jovens. Como o preconceito contra velhos é normalmente maior e acarreta consequências mais sérias, eu me dedico mais a este público.
Recentemente tive a honra de ser convidada pelo Boticário e pela Maturi para dar uma aula sobre Transição de Carreira a 150 mulheres que eles selecionaram. Outras 5000 mulheres têm acesso à aula gravada. Foram duas horas e meia de papo, opiniões, dúvidas, discussões, todas muito animadas com a participação e dispostas a compartilhar.
O que mais me empolgou nessa aula foi o fato de estarmos falando de transição, de mudança, de reviravolta, entre mulheres acima de 45 anos. Todas nós.
Destemidas, empoderadas, interessadas, curiosas.
Também temos em comum a eterna vontade de aprender e de experimentar o novo.
O conceito lifelong learning, que pode ser traduzido como aprendizado contínuo, não é moda, mas sim um reflexo de uma realidade que já está aí faz tempo e poucos param para considerar.
As mulheres que participaram da minha aula se reinventaram. Aprenderam a se virar sozinhas, criaram suas novas realidades quando as que habitavam já não davam mais espaço para crescimento. Elas ralaram, perderam muito, fizeram sacrifícios. Mas o que vemos e ouvimos, ao contarem suas histórias, é a motivação ainda pulsando e o olhar para o futuro, como alguém que está realizando um sonho.
Me alegra ver que aos 50, 60 anos, muitas estão realmente recomeçando. Nunca é do zero, porque a estrada percorrida deu calos e bagagem. O novo existe e requer aprendizado. Se surgiu o medo, ele foi nublado pela coragem.
Prestar atenção nessa geração de mulheres poderosas, empoderadas, competitivas, empregáveis e ativas, e trazê-las para perto, para dentro das empresas e das conversas estratégicas, só irá beneficiar o todo. Velho é quem tem medo de mudar, e nesse quesito, muita empresa está caducando.
Compartilhe
Veja também
Como Rita Lobo fez do Panelinha um negócio multiplataforma
Prestes a completar 25 anos à frente do projeto e com nova ação no TikTok, a chef, autora e empresária revela os desafios de levar comida de verdade dos livros de receitas para outros espaços
Quais são as tendências de estratégia para 2025?
Lideranças femininas de agências, anunciantes e consultorias compartilham visões e expectativas para o próximo ano