YouTube se consolida como jornalismo visual

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YouTube se consolida como jornalismo visual

Opinião é do Pew Research Center?s Project for Excellence in Journalism, que examinou 260 vídeos de notícias mais populares e chegou a algumas conclusões


17 de julho de 2012 - 12h06

Um outlet de notícias. É a definição que o Pew Research Center’s Project for Excellence in Journalism dá ao YouTube, cujo conteúdo, na maior parte produzido pelos usuários, é considerado, pelo instituto, como um “novo tipo de jornalismo visual”. Entre janeiro do ano passado a março deste ano, o Pew examinou 260 dos vídeos de notícias mais populares no site, para determinar suas conclusões, apresentadas nessa segunda-feira, 16.

Entre outros, o relatório citou o terremoto no Japão como um exemplo dessa tendência em ação: na semana seguinte ao ocorrido, a maioria dos 20 vídeos relacionados a notícias no site foram todas voltadas para o evento e totalizaram 96 milhões de visualizações. A maior parte dos vídeos foi capturada pelos usuários e, em alguns casos, as agências de notícias usaram as imagens dessas pessoas e as incorporaram em seus próprios relatórios. Além disso, de acordo com dados internos do YouTube, o termo mais procurado para o mês no serviço de compartilhamento de vídeo em 2011 e início de 2012 era “notícia relacionada”.

Alguns dos destaques do estudo, listados abaixo, mostram como as notícias do YouTube são diferentes do noticiário da TV tradicional. O conteúdo é variado, produzido pelo usuário, e não direcionado por uma personalidade de mídia. E porque muitas pessoas têm a capacidade de gravar em real time a notícia, como está acontecendo, por meio smartphones e câmeras de vídeo portáteis, essas imagens – intensamente visuais, como desastres naturais ou provocados pelo homem, convulsões políticas e muito mais – tende a ser extremamente populares.

O Pew destacou alguns resultados principais do estudo:

– Os vídeos de notícias mais populares tendem a retratar catástrofes naturais ou protestos políticos que se caracterizam, geralmente, por visuais intensos. Nesse contexto, o terremoto e tsunami japonês foi o número 1, responsável por 5% de todos os 260 vídeos (veja vídeo abaixo), seguido pelas eleições na Rússia (5%) e a instabilidade no Oriente Médio (4%).

– Notícias sobre eventos são mais efêmeras do que outros tipos de informação, mas, qualquer notícia, em um dado momento, pode ultrapassar até mesmo os maiores vídeos de entretenimento. Em 2011, notícias sobre eventos foram o termo mais procurado no YouTube nos quatro primeioros meses deste ano, segundo dados do YouTube. Esses eventos incluíram o terremoto japonês, a morte de Osama bin Laden, um acidente de moto fatal e um depoimento de um homem sem-teto que falava sobre o "dom dado pela voz de Deus".

– Mais de um terço dos vídeos mais assistidos (39%) foram claramente identificados como provenientes de usuários. Outro 51% eram de organizações de notícias, embora algumas cenas pareçam ter sido editadas por usuários, e não por jornalistas. Outros 5% vieram de grupos empresariais e políticos e a origem de outros 5% não foi identificada.

– Os cidadãos são responsáveis por postar um bom negócio dos vídeos originalmente produzidos por agências de notícias. 39% dos vídeos de notícias originalmente produzidos por uma agência de notícias foram publicadas pelos usuários. Outros 61% foram publicados pelos mesmos órgãos de imprensa que produziram as reportagens.

– Os vídeos de notícias mais populares são uma mistura de imagens editadas e cruas. Mais da metade dos vídeos mais vistos, 58%, do total do material editado, um percentual considerável, 42%, era de material bruto. De vídeos produzidos por organizações de notícias, 65% foram editados, mas assim que eram 39% do que veio dos cidadãos.

– Ao contrário do que se poderia imaginar, as personalidades não são o principal motor dos vídeos de notícia. Nenhum indivíduo foi apresentado em até 5% dos vídeos mais populares estudados. E 65% não dispõem de qualquer indivíduo. Dentro do pequeno grupo de vídeos populares focados nas pessoas, o presidente dos EUA, Barack Obama, foi a figura mais popular, com destaque em 4% dos vídeos mais acessados em todo o mundo.

– A duração dos vídeos de notícias mais populares do YouTube varia muito. A duração média dos vídeos de notícias mais populares era de 2:01 mintuos, que é mais extenso do que a duração média de um pacote em noticiário da TV local (41 segundos), mas menor que a duração média em noticiários noturnos nacionais (2:23 minutos). Os vídeos de notícias mais populares do YouTube também estão equilibradamente distribuídos a partir de menos de um minuto (29%), de um a dois minutos (21%), dois a cinco minutos (33%) e mais do que cinco minutos (18%).

Segundo dados do próprio YouTube, a cada minuto são enviadas 72 horas de vídeo. As visualizações por dia chegam a 4 bilhões em todo o mundo. Conforme informações do Pew, o número de visitantes a sites de vídeo – YouTube e Vimeo – cresceu 71% em 2011, acima dos 66% registrados em 2010. O estudo do Pew não chega a fazer recomendações para as agências de notícias que procuram maximizar sua presença no YouTube, mas fica evidente que os vídeos que geram popularidade e atraem audiência são os que contam bem uma história, e não aqueles que se baseiam numa celebridade.

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