Dia da Mulher: o que valeu e o que não?

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Opinião

Dia da Mulher: o que valeu e o que não?

Todo dia 8 de março é a mesma coisa: a gente fica super apreensivo com o que vai encontrar pela frente, né? Então, lá vai uma análise de algumas coisinhas que rolaram na data no mercado publicitário


9 de março de 2017 - 12h48

Todo dia 8 de março é a mesma coisa: a gente fica super apreensivo com o que vai encontrar pela frente, né? E, como essa coluna tem a função principal de informar (e formar) as pessoas no quesito “comunicação com as mulheres”, nada melhor do que fazer uma análise de algumas coisinhas que rolaram na data no mercado publicitário (e no mundo, porque não somos de ferro).

Primeiramente: para tudo!

A estátua “The Fearless Girl” colocada em frente ao famoso touro de Wall Street trouxe uma mensagem única para o mundo todo. Segundo texto que acompanhou a ação, criada pela prefeitura em conjunto com a McCann: “A estátua suporta o fato de que empresas com mulheres em liderança têm um desempenho melhor. A Fearless Girl é um símbolo do poder da liderança feminina tanto hoje como amanhã”. Uma atitude incrível, com toda força que as mulheres merecem e capaz de servir como exemplo para muita gente. De marejar os olhos.

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(Agora vamos ao Brasil)

Quem lacrou?

A campanha do time de futebol Cruzeiro, feita pela Umbro e a Agência New360 com estatísticas da ONG AzMina, resolveu usar número das camisas para informar sobre números da realidade da mulher no Brasil. É reflexão pura e um serviço pra população feito de forma inteligente, além de super necessário. O tipo de relevância que amamos de verdade. Conceito? #VamosMudarOsNúmeros. Olha aqui.

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A que surpreendeu (e vem surpreendendo)

Quase no final do dia, a Skol publicou essa ação incrível onde chamou ilustradoras para recriar seus pôsteres antigos – e super machistas – e sugerir um “novo olhar, por uma nova perspectiva”. A marca tem feito uma reformulação bem bacana na sua comunicação e essa é mais uma grande prova disso. A provocação? Redondo é sair do seu passado. Clique aqui e se delicie.

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Outra que fez bonito

O Bradesco criou um álbum chamado “Ser Mulher” e convidou mulheres que constroem caminhos de força e transformação no mundo digital para dizer: o que isso significa para você? Um reforço gentil, respeitoso e que efetivamente traduz muito do que toda mulher busca e quer ouvir num dia como o de ontem. Corre pra ver as artes queridas pontuando frases lindas e fortes.

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Foi fofo

O Boticário criou uma ação especial no twitter usando a hashtag #MeDeixaFalar, onde estimulava as mulheres a botarem a boca no trombone sobre igualdade. O legal de acompanhar foi ver um pouco mais sobre coisas que sempre mencionamos, mas ditas efetivamente pelas consumidoras. Exemplos: “#MeDeixaFalar sobre essas ‘homenagens’ de dia da mulher elogiando sua passividade, seu instinto materno e seu papel de esposa” ou ainda “Eu não quero casar, ter filhos e ser dona de casa, eu quero ser cientista, é pra isso que eu estou estudando #MeDeixaFalar”. Bem legal. =)

Outro exemplo de fofura foi a Quem Disse Berenice, que levantou a bola para uma nova assinatura nesse dia. Todas as peças veiculadas foram com o selo “Dia da LIBERDADE da Mulher” e ressaltaram a questão da igualdade de gênero e vitórias. Super de acordo com o discurso da marca e com tudo que ela vem construindo na sua comunicação. Ponto!

j5Na traaaaaave

A marca de cerveja Rio Carioca tentou mostrar demais e acabou pecando na escolha do anúncio. Meio aquilo que a gente tenta constantemente falar sobre “se esforçar demais pra provar um ponto”, sabe? O uso de “glúteos” fazendo trocadilho com glúten poderia ser até divertido – apesar de trazer novamente a questão da nudez com cerveja – se não houvesse o reforço do “favor” que a marca faz em se comunicar de forma não machista. Mesmo a gente entendendo a intenção, ficou meio forçadinho. Uma pena.

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Já o que deu ruim mesmo

Os tão temidos grupos de família no whatsapp. “Mas o que isso tem a ver com propaganda, Juliana?”. Cara, é o que eu sempre falo: nós temos de entender que somos geradores de opinião e temos uma grande responsabilidade nas mãos cada vez que lançamos uma campanha publicitária. Comunicação gera consciência, SIM. E quanto antes entendermos que a mudança também é feita via propaganda, mais a gente ajuda a mudar a cabeça da sociedade e menos iremos lidar com mensagens e atitudes preconceituosas e machistas.

Esse ano já nos deu um grande exemplo em relação aos últimos: o número de anúncios diminuiu, mostrando que as marcas estão entendendo mais sobre discurso e abrindo espaço para as próprias mulheres – justamente sobre o que é o feminismo, afinal. Se, antigamente, existiam peças à torto e à direito parabenizando a mulher pelo seu dia de forma trivial e frívola, hoje em dia isso já deu uma virada. Mas ainda precisamos de mais, muito mais. A transformação é lenta, porém ultra necessária.

E por falar em mudanças, não podemos deixar de valorizar as atitudes de duas agências que fizeram reais homenagens às suas profissionais. Foi o caso da Mutato, que abriu um belo espaço em seu blog pras meninas escreverem e contarem suas experiências como mulher no ambiente de trabalho (dá um clique https://goo.gl/8qb5pI) e também a LiveAD, que presenteou todas as funcionárias com o livro #MeuAmigoSecreto – Feminismo Além das Redes, do Coletivo Não me Kahlo. Well done! <3

 

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Mulheres da LiveAD exibindo o presente em foto da agência

 

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