Mulheres são encorajadas a abrirem agências
Cindy Gallop, do Make Love Not Porn, deu dicas na 3% Conference
Cindy Gallop, do Make Love Not Porn, deu dicas na 3% Conference
Laurel Wentz, do Advertising Age*
“Eu quero que você seja o futuro da publicidade e eu quero que você comece sua própria agência”, disse Cindy Gallop, fundadora do Make Love Not Porn, às participantes da 3% Conference, evento dedicado a dar um apoio maior à liderança feminina em agências de publicidade. Durante o último final de semana, ela sugeriu que todas as mulheres pensassem em um modo de viver por um tempo com menos recurso e que tentassem pensar no nome da empresa, no site, Twitter e blog. “Você pode reduzir pela metade seu custo de vida”, afirmou.
Cindy também aconselhou as mulheres a perguntarem a si mesmas a respeito do que querem fazer, tentarem projetar o negócio para ser exatamente do jeito que desejam trabalhar e ganhar dinheiro. “Há anos, tenho feito mais campanhas para agências criadas por mulheres. A boa notícia é que, nos últimos anos, isso está mudando”, disse.
Ela citou três agências que foram criadas e fundadas por mulheres recentemente: Joan Creative, lançada há seis meses por Lisa Clunie e Jaime Robinson; Wolf & Wilhemine, liderada por Heide Hackener e voltada para estratégia de marca; e a Mesa e Cadeira em São Paulo, lançada pela jornalista Barbara Soalheiro há três anos.
Cindy sugeriu às participantes três possíveis fontes de financiamento para uma startup: You & Mr Jones, fundada por David Jones, CEO da Havas, que financia empresas que constroém marcas por meio da tecnologia (Annette Stover, ex-consultora de pesquisa da Havas, tornou-se sócia da You & Mr Jones em janeiro); Brava Investments, startup que beneficia mulheres, criada este ano, pela investidora Nathalie Molina Niño e iFoundWomen.com, plataforma gratuita de financiamento coletivo para o público feminino.
Em um outro painel na conferência de Nova York, orientado por Nancy Hill, presidente e CEO da 4A, foi anunciado que mais de 50% das mulheres em agências de publicidade já relataram ter sofrido alguma tipo assédio sexual, problema ainda mais recorrente nos departamentos de criatividade, onde 58% das criativas afirmaram terem sido assediadas frequentemente. A 4A apresentou também as seguintes conclusões: 42% das entrevistadas disseram ter sido ignoradas nas tomadas de decisões da empresa, 41% acreditam que são desconsideradas em reuniões e 40% disseram que foram descartadas em promoções de cargo.
A pesquisadora Michele Mandansky, a Michele Mandasky Consulting, apresentou um estudo chamado “The Elephant in the Valley”, sobre o preconceito de gêneros na indústria no Vale do Silício. Das 600 pessoas entrevistadas, 70% afirmaram que tinham sido classificadas como muito agressivas e 62% como muito emocionais. Além disso, 60% das mulheres contaram receber menos que seus pares masculinos. Em uma questão aberta, 54% das participantes femininas citaram questões como raça, LGBT, idade, peso e o fato de não serem “garotas perfeitas”.
Nancy Hill disse também que a indústria vem sofrendo de uma falta de análises comparativas e que a 4A terá uma área dedicada, até o final do ano, a esse tipo de estudo sobre gênero e etnia na indústria de publicidade, com os resultados do início do ano que vem.
Erin Carpenter, moderadora do painel, informou que a 3% Conference planeja olhar mais profundamente para duas áreas sub-pesquisadas na indústria de publicidade: a maternidade e as mulheres negras.
Separadamente, a conferência fez uma parceria com o One Club para escolher os próximos líderes criativos, reconhecendo dez jovens criativas que, atualmente, trabalham em agências de publicidade como redatoras, diretoras artísticas, diretoras criativas associadas e diretoras criativas.
*Tradução: Victória Navarro
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