Quanto custa ganhar um Leão em Cannes?
No ano passado, para cada um dos 108 troféus conquistados pelo Brasil no Festival o investimento foi de mais de € 16 mil
No ano passado, para cada um dos 108 troféus conquistados pelo Brasil no Festival o investimento foi de mais de € 16 mil
Alexandre Zaghi Lemos
19 de junho de 2016 - 13h31
Ganhar um Leão em Cannes não é fácil. Apesar do aumento no número de possibilidades, que em 2016 chega a 23 júris diferentes, é preciso enfrentar concorrência global e os critérios de jurados de diferentes países. Antes disso, é preciso ter uma boa ideia, claro, e um bocado de dinheiro – tanto para executá-la, produzir um vídeo case que a apresente de maneira interessante e pagar as salgadas taxas de inscrição do evento.
No ano passado, o Brasil conquistou 108 Leões em Cannes (1 Grand Prix, 18 Ouros, 35 Pratas e 54 Bronzes), mas antes de chegar a esse resultado investiu € 1,7 milhão em 3.117 inscrições – o que, pelo câmbio da época dava pouco mais de R$ 6 milhões.
Cada inscrição convertida em Leão deixou pelo caminho 28 outras concorrentes brasileiras. Ou seja, para cada um dos 108 troféus conquistados pelo Brasil em Cannes em 2015 o investimento em inscrições foi de mais de € 16.147,87 – ou pouco mais de R$ 55 mil à época.
Os Leões de Direct foram os mais caros: € 47.876,87 cada; e os mais baratos foram os de Creative Effectiveness: € 4.812,50 cada. Os 108 Leões conquistados representam 30,8% dos shortlists e 3,4% das inscrições totais do País.
O detalhamento dos números por trás da participação brasileira em Cannes é do estudo “Quando vale 1 Leão?” realizado pela equipe da agência curitibana CCZ WOW. “O valor deste prêmio é inquestionável. Agências, anunciantes, enfim, todos os publicitários sonham em um dia participar e caçar um Leão desses. Porém, uma coisa que ficamos curiosos, por iniciativa do nosso gerente de planejamento e pesquisa, Jorge Gloss, foi tentar entender o custo de caçar um desses Leões. Nosso questionamento foi: qual a chance de convertermos uma inscrição em um prêmio?. E a ideia maior por trás disso é avaliar o quão competitivas foram as peças inscritas no festival de 2015. Critérios qualitativos existem muitos, mas como não encontramos nada quantitativo, resolvemos fazer o nosso próprio levantamento. Nosso maior intuito foi o de avaliar a efetividade das inscrições realizadas pelas agências brasileiras no ano passado”, explica Marcelo Andrade, diretor de planejamento e mídia da CCZ WOW, alertando que o estudo não tem a pretensão de determinar patamares ideais de investimentos para as agências brasileiras.
Das 3.117 inscrições, 11,2% chegaram aos shortlists, sendo que as categorias com melhor performance de aproveitamento foram Creative Effectiveness (57,1%), Pharma (21,4%), Health & Wellness (21%) e Titanium (14,2%).
A cada três inclusões nos shortlists, o Brasil ganhou um Leão. Os shortlists que mais conseguiram gerar Leões para o Brasil foram os de Film Craft e Film Craft, com 82% e 75% dos finalistas premiados, respectivamente.
O Brasil conquistou 6,4% de todos os Leões concedidos em Cannes no ano passado, veja abaixo o índice de participação do País no total de premiados de cada uma das áreas:
Metade dos 108 Leões do Brasil foram conquistados por 4 agências, veja:
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